Descoberta a cidade que viu a luta entre Davi e Golias

Khirbet Qeiyafa, vale de Israel, é o nome moderno do local que serviu de quadro para um evento que marcou época há milênios.

Uma equipe de arqueólogos acredita ter desenterrado os restos da cidade que ali ficava e que teria testemunhado de alguma forma a batalha singular entre Davi e Golias.

Essa cidade de onde partiu o jovem pastor Davi, futuro rei de Israel, havia entrado no mistério da História e agora reaparece, segundo informa o Jewish News Service.

Os restos apontam uma cidade que há três mil anos tinha duas portas de acesso e que é mencionada no relato bíblico da luta de Davi contra Golias

Foram necessários sete anos de escavações. Mas os frutos agora podem ser vistos na mostra “No Vale de Davi e Golias” inaugurada em Jerusalém.

Os achados em Qeiyafa intrigaram historiadores e arqueólogos desde o primeiro momento em que foram revelados.

As ruínas foram desenterradas entre Soco e Azeca, na fronteira dos territórios filisteus e judeus, dois povos que se digladiaram a morte entre si simbolizando a luta entre o Bem e o Mal, entre os filhos de Deus e os filhos da serpente.

Davi vitorioso sobre Golias. Bartolomeo Bellano (Padua 1437–1497). Metropolitan Museum of Art, New York City.

De um lado, os judeus, o povo eleito e amado por Deus no qual haveria de nascer o Messias, Redentor do Mundo, das entranhas imaculadas de Maria, descendente de Davi.

Do outro lado, os filisteus, povo do qual se poderia reputar entregue a todas as formas de mal. Confira a respeito: Arqueólogos acham restos do povo filisteu açoite dos israelitas

A luta desses povos símbolos teve um auge simbólico, místico e militar na luta entre Davi e Golias, do qual nos fala o primeiro livro de Samuel:

“1. Mobilizaram os filisteus as suas tropas para a guerra e concentraram-se em Soco, em Judá. Acamparam entre Soco e Azeca, em Efes-Domim. (…)
4. Saiu do acampamento dos filisteus um campeão chamado Golias, de Get, cujo talhe era de seis côvados e um palmo. (…)
8. Apresentou-se ele diante das tropas israelitas e gritou-lhes: Por que viestes dispostos a uma batalha? Não sou eu filisteu, e vós os escravos de Saul? Escolhei entre vós um homem que desça contra mim.
9. Se ele me vencer, batendo-se comigo, e matar-me, seremos vossos escravos; mas, se eu o vencer e o matar, então sois vós que sereis nossos escravos e nos servireis!
23. (…) Todo o Israel recuava à vista do homem, tremendo de medo. (…)
26. Davi perguntou aos que estavam perto dele: Que será feito àquele que ferir esse filisteu e tirar o opróbrio que pesa sobre Israel? E quem é esse filisteu incircunciso para insultar desse modo o exército do Deus vivo? (…)
32. Davi disse-lhe [ao rei Saul]: Ninguém desanime por causa desse filisteu! Teu servo irá combatê-lo.
33. Combatê-lo, tu?!, exclamou o rei. Não é possível. Não passas de um menino e ele é um homem de guerra desde a sua mocidade.
34. Davi respondeu a Saul: Quando o teu servo apascentava as ovelhas do seu pai e vinha um leão ou um urso roubar uma ovelha do rebanho,
35. eu o perseguia e o matava, tirando-lhe a ovelha da boca. E se ele se levantava contra mim, agarrava-o pela goela e estrangulava-o.
36. Assim como o teu servo matou o leão e o urso, assim fará ele a esse filisteu incircunciso, que insultou os exércitos do Deus vivo.
40. E, tirando a armadura, tomou seu cajado e escolheu no regato cinco pedras lisas, pondo-as no alforje de pastor que lhe servia de bolsa. Em seguida, com a sua funda na mão, avançou contra o filisteu.
41. De seu lado, o filisteu, precedido de seu escudeiro, aproximou-se de Davi,
42. mediu-o com os olhos, e, vendo que era jovem, louro e de delicado aspecto, desprezou-o.
43. Disse-lhe: Sou eu porventura um cão, para vires a mim com um cajado? E amaldiçoou-o em nome de seus deuses. (…)
45. Davi respondeu: Tu vens contra mim com espada, lança e escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos, do Deus das fileiras de Israel, que tu insultaste.
46. Hoje o Senhor te entregará nas minhas mãos, e eu te matarei, cortar-te-ei a cabeça, e darei os cadáveres do exército dos filisteus às aves do céu e aos animais da terra. Toda a terra saberá que há um Deus em Israel; (…)
48. Levantou-se o filisteu e marchou contra Davi. Davi também correu para a linha inimiga ao encontro do filisteu.
49. Meteu a mão no alforje, tomou uma pedra e arremessou-a com a funda, ferindo o filisteu na fronte. A pedra penetrou-lhe na fronte, e o gigante caiu com o rosto por terra.
50. Assim venceu Davi o filisteu, ferindo-o de morte com uma funda e uma pedra. E como não tinha espada na mão,
51. correu ao filisteu, subiu-lhe em cima, arrancou-lhe a espada da bainha e acabou de matá-lo, cortando-lhe a cabeça. Vendo morto o seu campeão, os filisteus fugiram.
52. Os homens de Israel e de Judá levantaram-se então, soltando gritos de guerra, e perseguiram os inimigos até a entrada de Get e até as portas de Acaron. Os cadáveres dos filisteus juncavam o caminho desde Saraim até Get e até Acaron. (I Samuel, 17, 1-52)”

O enfrentamento foi por excelência um combate entre um filho da luz e um filho das trevas.

Davi era puro, nobre, limpo de coração e corpo, jovem, louro e de delicado aspecto, e por isso Golias “desprezou-o”.

Como arma só tinha a funda e cinco pedras colhidas num córrego.

Do ponto de vista material carecia de tudo, mas tinha uma fé que ardia de zelo por Deus.

E, o mais importante de tudo, o Senhor Deus dos Exércitos se aprazia nele e lhe comunicava sua bênção e auxílio.

A Bíblia descreve Golias em seu descomunal tamanho, força material, armamento, invencibilidade e ousadia.

Sua boca só proferia blasfêmia, provocação e ofensas. Sua presença causava terror.

Entretanto, Davi o filho da luz derrotou-o contra todas as aparências humanas como descreve o livro de Samuel acima.

Voltando à notícia do Jewish News Service, a descoberta arqueológica de Khirbet Qeiyafa nos conduz a uma cidade desde cujas muralhas teria se assistido ao extraordinário duelo entre o aristocrático Davi e o boçal filisteu.

O professor Yosef Garfinkel explica o significado de um dos objetos exumados.
O professor Yosef Garfinkel explica o significado de um dos objetos exumados.

 

O teste do carbono-14 datou 28 jarras de azeite encontradas nas ruínas da cidade como sendo do XI século ou início do X antes de Cristo. Portanto, dos dias do rei Saul e do jovem Davi.

“Ninguém pode contestar esta data” disse o professor Yosef Garfinkel, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Ele conduziu as escavações junto a Sa’ar Ganor da Autoridade para Antiguidades de Israel e do professor Michal Hazel da Universidade Adventista do Sul, de Tennessee, EUA.

Foi possível identificar duas portas nos muros, fato algo inusual. Uma está voltada para Filisteia e a outra para a Judeia.

As duas portas fazem pensar em Saraim, nome hebreu que significa “duas portas”. E o nome com que é mencionada uma cidade no I livro de Samuel (17:52), quando descreve a luta entre os campeões de Deus e da impiedade.

O achado de ossos de animais habitualmente oferecidos em sacrifícios a Deus (e a ausência de ossos de porco considerado impuro), nomes hebreus nos vasos (incluindo o de “rei” e de “juiz”, tal vez os mais antigos rastros da linguagem hebraica até agora recolhidos); cinco grandes pedras em pé (Massebot), altares de basalto, ausência de imagens humanas, decorações que evocam o futuro Templo de Salomão e outros objetos de culto ratificam que os moradores de cidade observavam as prescrições mosaicas.

Também foram encontradas 24 armas, 67% delas em aço, mais um sinal característico dos povoados hebreus.

Os muros com forma de casamata estão constituídos por duas paredes finas e paralelas entre as quais estão embutidas moradias, uma planificação exclusiva de Judá e da Transjordânia.

Vista aérea de Khirbet Qeiyafa, seu muro duplo como casamata e, no centro, uma porta amuralhada de entrada.
Vista aérea de Khirbet Qeiyafa, seu muro duplo como casamata e, no centro, uma porta amuralhada de entrada.

É a primeira cidade fortificada de Judá no tempo do rei Davi que foi tirada à luz, observou o Prof. Garfinkel.

Segundo o professor Jacob L. Wright, da Universidade Emory de Atlanta, nos EUA, “em parte alguma do mundo se encontram semelhantes ligações com a Bíblia. Tudo o que você toca em Khirbet Qeiyafa te conduz à época bíblica”.

Compreende-se essa importância.

Sobre tudo se consideramos que naquele épico e sobrenatural lance vemos o nascedouro da Casa real de Davi na qual haveria de desabrochar o Redentor da humanidade.

Aquele que sendo Deus, enquanto homem foi a culminação da linhagem real hebraica, embora em seu tempo já não reconhecida pelos judeus, e o auge das perfeições humanas adorado justamente como Cristo Rei no orbe católico.

Sim, Aquele que no alto da Cruz venceu o “Golias do pecado” que é o mundo esquecido de Deus em consequência do pecado de nossos primeiros pais.

E o venceu redimindo desse pecado os homens todos. Abriu assim o caminho para levar o povo eleito ao porto seguro de sua Santa Igreja, militante neste vale de lágrimas e triunfante para sempre no Céu, destino derradeiro dos sinceramente fiéis.

Fonte: Ciência confirma Igreja.

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