Fuzis brasileiros: O INIMIGO AGORA É OUTRO

Deixando de lado todos os debates acalorados em torno do novo fuzil IMBEL IA2, que está sendo adotado pelo exército Brasileiro, relacionados à suposição deste se tratar apenas de um MD97 com nova roupagem e toda especulação sobre problemas de panes que alguns dizem ser relacionadas ao mecanismo do ferrolho e outros ao pistão do êmbolo de gazes, no entanto, sempre sem especificar quais são estes problemas apresentados no MD97 nem muito menos quais são as soluções apresentadas no IA2 para solucioná-los, esta matéria tem o intuito de abrir sua mente, desconstruir mitos criados pelas nossas forças armadas e fomentados pela indústria bélica nacional.

Há quase meio século em uso nas forças armadas brasileiras o Fuzil Automático Leve M964 (o célebre FAL) alcançou o status de um fuzil robusto, confiável e eficiente, no entanto durante todos esses anos o armamento não foi posto à prova além dos estandes dos batalhões. As forças armadas não atuaram em conflitos de alta intensidade e essa falta de experiência em combate real fez com que passassem despercebidos pelas nossas forças armadas e também pela indústria bélica nacional problemas de engenharia crônicos do projeto do FAL, isto somado à relativa simplicidade de manutenção da arma fomentou um mito que acabou também refletindo nos projetos subsequentes desenvolvidos aqui no Brasil com a proposta de substituir o já cansado fuzil, problemas esses que só começaram a ser questionados recentemente após o emprego em combate real pela PMERJ.

O Fuzil PARA-FAL 762 da PM do Rio de Janeiro emperra em combate e a única solução para esse tipo de situação no caso do FAL é desmontar e limpar a câmara, como pode observar o policial assoprando-a que era o meio disponível no momento.

Israel e África do Sul, grandes operadores do FAL na década de 60, já haviam identificado o principal problema da arma ainda no fim daquela década, após operarem com ele em combate real por anos a fio. Este problema crônico reside no fato do ferrolho não trancar por completo quando exposto a condições adversas no campo de batalha, o que até aí não tem nada demais já pela manutenção de campo rústica e/ou por acúmulo de resíduos como areia fina ou lama é muito comum ocorrer algo do tipo com qualquer arma, no entanto a questão é: em combate, como solucionar tal problema no FAL e ainda poder continuar usando a arma sem a necessidade imediata de desmontá-la para ter de sanar o problema? A resposta é simples: não há o que fazer e o operador fica literalmente “na mão” e isso em um conflito em larga escala tendo outras milhares de armas sujeitas ás mesmas condições seria temerário. Israel enfrentou esse problema com o FAL durante a Guerra dos Seis Dias e ao perceber um nível operacional muito maior de seus inimigos utilizando fuzis AK47 os levou ao desenvolvimento de sua própria “versão” local do AK47, o Galil, depois também copiado pela África do Sul.

É possível observar que o acúmulo de sujeira no mecanismo do ferrolho e na câmara são inerentes às circunstâncias presentes no campo de batalha, obstruindo o correto trancamento do ferrolho, que ocorre tanto no AK47, como no M16 e no FAL. No entanto também é possível observar que no AK47 e no M16 essas panes são facilmente solucionadas, forçando a alavanca de manejo à frente ou através do retém que força o trancamento do ferrolho (Forward assist) respectivamente, enquanto no FAL não há meios para solucionar tal problema, obrigado o soldado à desmontar e fazer a manutenção em meio ao combate, como explicado anteriormente. O MD97 e seu descendente IA2 adotam layout similar ao do FAL e portanto também não possuem alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho, como no AK47, tampouco o retém”safa panes” (Forward assist) como no M16, deixando o soldado “na mão” em momentos críticos no combate.

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Visão da janela de ejeção do FAL e do IMBEL IA2, note que ambos não possuem alavanca solidária ao transportador do ferrolho nem tão pouca o “retém safa panes”.

O novo fuzil desenvolvido pela IMBEL, o IA2, assim como o MD97 do qual a própria empresa alega de que ele ”evoluiu”, apesar de utilizarem mecanismo de ferrolho rotativo (completamente diferente do ferrolho basculante do FAL) baseado no reconhecido AR18 (utilizado também em fuzis modernos famosos como HK G36 e FN SCAR) tiveram-no adaptado ao máximo com a intenção de se manter o layout básico do FAL ao invés de desenvolverem um mecanismo totalmente novo, de modo que parecem ter simplesmente ignorado deliberadamente ou até mesmo por desconhecimento técnico as soluções que o mecanismo no qual se baseavam trazia para sanar a pane de não trancamento do ferrolho em situações adversas: a adoção da alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho como no AK47, que é visto tradicionalmente como um fuzil robusto o que sem dúvida se deve ao fato de que diante da maioria das panes em campo a solução é bem simples como forçar a alavanca trancando o ferrolho manualmente. A própria FN Herstal, criadora do FAL, soube aproveitar o feedback proveniente das falhas de seu armamento no campo de batalha e quando foram desenvolver um novo projeto para substituir o FAL adotaram a alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho no FN FNC a exemplo do AR18 em que se baseou seu mecanismo. A fórmula de sucesso foi repetida também no seu mais moderno fuzil, o FN SCAR, assim como por suas principais concorrentes europeias, como a HK com o G36 que também tem o mecanismo baseado no AR18 e como ele a alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho, além da SIG SAUER com o SIG 550 que, embora utilize um mecanismo de ferrolho rotativo ligeiramente diferente, também possui alavanca de manejo solidária ao ferrolho.

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FN FAL e seu substituto FN FNC que possui um novo mecanismo de ferrolho rotativo ao contrário do ferrolho basculante de seu antecessor e também a alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho resultado do feedback obtido dos campos de batalha.
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Vários fuzis adotam a alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho como solução para as panes de não trancamento correto devido ao acúmulo de lama ou areia ou falta de manutenção, de cima para baixo e da esquerda para direita: AK47, AR18, FN FNC, SIG 551, HK G36 e FN SCAR.

Está demonstrada a utilidade da alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho no caso do AK47 e do “retém safa panes” no M16 que força o trancamento do ferrolho.

O fuzil M16 em seus primórdios também enfrentou o mesmo problema do FAL, mesmo sendo armas com mecanismos completamente diferentes, no entanto logo foi submetido a testes operacionais em condições reais onde tal problema foi rapidamente identificado, porém a solução de engenharia adotada foi diferente dos demais. Adotando um retém de ação sobre o transportador do ferrolho que força a inserção do cartucho na câmara ampliou-se o índice operacional em campo mantendo o layout básico da arma, o que não seria possível com a adoção da alavanca de manejo solidária ao ferrolho. Já o moderno HK 416, visto como a solução de todos os problemas da família M16, pois substituiu ação por gás tube pelo pistão no êmbolo dos gases, manteve a solução de engenharia do retém “safa panes”, o que muitos leigos chamam de improviso e desnecessário foi feito de modo a manter o layout simples e ergonômico tão popular da família M16.

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Da esquerda para a direita é possível observar o protótipo ar15 sem o “retém safa panes”, depois o M16A1 que já incluía tal solução de engenharia e por último o moderno HK416 que apesar de ser considerado a evolução da família M16 manteve a solução de engenharia para ”safar panes”.
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O AR10 em seus primórdios, assim como o FAL não possuía nenhum meio solucionar pane causada por acumulo de sujeira na câmara, as versões mais recentes como o AR10a4 adotado pelo BOPE PMERJ já vem com mesma solução de engenharia da família M16.

O Tavor israelense, que também não possui alavanca de manejo solidária ao transportador do ferrolho nem o retém”safa panes”(Forward assist), emperra quando submetido ao teste de areia, não trancando o ferrolho corretamente. O tavor, como o FAL/MD97/IA2, não possui nenhum modo de safar essa pane em combate, talvez por isso mesmo depois de tantos anos de existência do Tavor Israel não substituíram completamente seus M16/M4. Com o Tavor acabaram incidindo na velha máxima: “quem não aprende com os erros está fadado à repeti-los”.

IA2 também repete os problemas de ergonomia do FAL, pois é dito pela própria IMBEL que a arma é uma evolução do MD97 que por sua vez já é uma adaptação do layout e peças do FAL com modificação significativa apenas no mecanismo e acabamento e não no “chassi”. Assim como o FAL, o MD97 e o IA2 possuem a tampa da caixa da culatra deslizante e não fixa ao corpo da arma o que torna o uso de miras e equipamentos óticos de precisão difícil e pouco eficiente, não sendo úteis para funções DMR ou SNIPER. Esse mesmo problema também sempre foi evidente no AK47, no entanto suas versões modernizadas como o AK12 solucionaram tal problema de modo simples, ao contrário, nossa engenharia por sua vez ignorou tal problema para manter o mesmo layout tradicional do MD97 e conseqüentemente do FAL. O BOPE, por exemplo, foi uma unidade que enfrentou esse problema, pois sempre operou o PARA-FAL em larga escala, mas para a função DMR optou por inicialmente adquirir um lote de uma versão especializada do HK G3 e posteriormente do AR10A4 para substituir este na função DMR, algo que acabou pesando depois para escolha do AR10 como substituto definitivo dos PARA-FAL de modo a padronizar o armamento, o que era antes impossível. No Exército Brasileiro vamos operar o IA2 5,56 e o IA2 7,62 , que são duas armas completamente diferentes entre si com exceção da coronha, do grip e dos trilhos acopláveis ao guarda mão, no entanto ambas apresentam o mesmo problema na tampa da caixa da culatra herdados do layout do FAL, de modo que para empregá-los em conformidade com o atual conceito DMR, teremos que adquirir um terceiro armamento completamente diferente criando uma nova dificuldade em treinamento, doutrina, logística e custos.

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Na foto vemos que o MD97 e o IA2 possuem a tampa da caixa da culatra deslizante e não fixada ao corpo da arma exatamente do mesmo modo. Abaixo podemos observar a solução de engenharia adotada pelo AK12 fixando a tampa da culatra ao corpo da arma resolvendo um problema histórico da família AK47.

É possível observar que fuzis que não possuem a tampa da caixa da culatra integrada ao corpo da arma, como o AK47 e o FN FAL, inviabilizam seu uso com optronicos de precisão, pois não importa quantas vezes colimar, a mira sempre vai desajustar com a força do movimento do ferrolho incidindo sobre a tampa da caixa da culatra não fixada.

Mantendo o mesmo layout do FAL no IA2 a IMBEL não modificou o eixo basculante de desmontagem da arma, que fica entre o receptáculo do carregador e o guarda mato, algo que dificulta muito a manutenção da arma, principalmente obstruindo o acesso ao mecanismo do gatilho e trava. Também dificulta a substituição de partes do corpo da arma se comparado à solução mais adotada nos fuzis modernos similar à do M16 com eixo basculante à frente do receptáculo do carregador logo à baixo da junção do cano ao corpo da arma.

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Acima o IA2 com eixo basculante exatamente igual ao do FAL logo à frente do guarda mato e que dificulta o acesso para manutenção ao conjunto do gatilho. Em baixo um M16 que adota o modelo mais comum nos fuzis modernos, com o eixo basculante à frente do receptáculo do carregador aumentando muito o ângulo de abertura da arma e facilitando a manutenção tal como intercambiar partes da arma.

A coronha foi substituída por uma de polímero no IA2, no entanto usa o mesmo mecanismo para rebater do MD97, que por sua vez é um sistema melhorado do utilizado no PARA-FAL, isso não representa nenhuma evolução ergonômica moderna uma vez que a coronha rebatível é uma mera solução para facilitar o transporte em veículos ou durante saltos, não sendo recomendado seu uso rebatida após desembarcado ao risco de comprometer a eficiência da arma. Por sua vez a coronha retrátil, abolida no IA2 para redução de custos, apresenta muitas vantagens ergonômicas além de proporcionar melhor condição de uso por pessoas de diversas estaturas, também é muito útil na guerra moderno devido ás diversas vestes e proteções balísticas usadas pelo militar e facilita o manejo da arma a partir de posições de tiro incomuns em combates urbanos.

A tecla seletora de tiro é a mesma do MD97 e apresenta um ângulo de movimento de 180° ao passo que a solução dos fuzis modernos, visando uma melhor ergonomia, adota um ângulo de 90°. Uma solução simples que foi até empregado no AK12 solucionando outro problema histórico dos AK47, evitando assim que o operador precise tirar a mão da empunhadura para acionar a tecla e o problema do “dedo elástico”, no entanto mais uma vez a IMBEL preferiu não mexer no seu tradicional “chassi”.

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A maior parte dos fuzis modernos adota a tecla seletora de tiro com ângulo de 90° para evitar o “dedo elástico”. Na foto vemos HK G36, AK12, FN SCAR e SIG551.

No IA2 como no MD97 foi criado um retém de carregador adicional em formato de lingueta para uso de canhotos no local onde no FAL fica o retém de liberação do ferrolho que no MD97 e IA2 passou à ser em baixo da arma sacrificando a capacidade da liberação do ferrolho por retém tendo assim que acionar diretamente na alavanca, aumentando o movimento e o tempo necessário para recarga e dificultando ainda mais a operação de recarga por canhotos, algo que no FAL pode ser feito pelo retém com o dedo do gatilho, já no MD97 e IA2 é preciso tirar a mão da empunhadura e perder a visada para acionar a alavanca que não é ambidestra.

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Em ambos, MD97 e IA2, pode-se observar embaixo do receptáculo do carregador o retém do ferrolho, que não permite a liberação do ferrolho pela tecla, e também o novo retém do carregador para canhoto que fica onde no FAL se situava o útil retém do ferrolho.

Está demonstrada importância do retém de liberação do ferrolho para agilidade na recarga e manter a visada aumentando a segurança e mobilidade em combate do operador.

A conclusão é que o lobismo travestido de nacionalismo nos legou enorme deficiência na engenharia de armas e retardou a evolução técnica para favorecer indústrias nacionais e interesses políticos, resultando na linha de frente de combate péssimos resultados que são pagos com a vida de nossos soldados.

Russo Maik.

Fonte: Máquinas de guerra.

9 Replies to “Fuzis brasileiros: O INIMIGO AGORA É OUTRO”

  1. Não testado em combate? Ta de sacanagem? O FN FAL METRIC (cujo projeto e Exatamente o usado no Brasil) junto ao modelo em INCHES e um dos fuzis mais produzidos e usados em conflitos de toda a terra (foi usado em todos os continentes, todo tipo de flora e de terreno nesse planeta, perde em numero se produção e uso em combate somente para as variações do Kalashinikov) literalmente é uma das armas leves que mais foi usada em combate em toda a historia, adotado por 96 países e usado ainda hoje por militares e policiais do mundo todo.

  2. Conheço o FAL a exatamente trinta e nove anos, fui instrutor em sua utilização por dez anos e ainda hj o tenho como ferramenta de trabalho. Sem procurar pelo em ovos,dentro do mundo real ainda é o que de melhor possuímos. E dentro dessas quase quatro décadas 98% das panes que assisti foram pane de operador. As forças de Segurança em geral não só estão carentes de Instrutores qualificados, como essa qualificação se tornou um monopólio restrito a poucos apaniguados que cingem o aprendizado,a “teorias” totalmente distanciadas da prática. Forma-se um operador com “com meia dúzia de dez ou doze” disparos e depois querem culpar o Fuzil pelo incidente. E não assoberba lembrar que o item MUNIÇÃO é tão importante quanto a arma ( com mais propriedade nos fuzis, em razão de sua intrínseca relação entre aproveitamento dos gases e funcionamento). Já presenciei Cia de PM relatar incidente em Fuzil e quando da detecção do problema constatar que a munição era acondicionada em um recipiente de metal aberto, exposto sob um aparelho de ar condicionado. Infelizmente o Fuzil não possui voz e quem por ele fala na maioria das vezes são os teóricos. No mundo real, sem dúvida alguma ainda é o que temos de melhor. Quanto a IMBEL, convém resgatar a seriedade e questionar seus representantes.

  3. Será que os ferrenhos defensores do EB sabem que lá fora o SA-58 FAL é oferecido com essa adaptação que existe em quase toda arma moderna mas só o Brasil não adota?

    “The stock charging handle was replaced with a Israeli style forward assist charging handle for field reliability. The forward assist allows for operator manual charging of a round in the case of partial charge that can happen with poor ammo and/or gas plug setting.”

    https://www.armslist.com/posts/4346447/bend-oregon-rifles-for-sale–dsa-sa58-fn-fal-custom–hunter–series—308

  4. Armas lixo, produzidas por uma empresa lixo.
    Alguém duvida?
    Tem experimentar uma Imbel MD6.
    Deixem a arma cair no chão….
    Ou será que isso não acontece no mundo real?
    Agora, façam o mesmo teste com uma Sig, Beretta, Glock,HK, Smith, Colt ou qualquer outra arma decente….
    Sem comentários!
    E, para os fuzis mineiros a coisa não é diferente.
    É problema atrás de problema, a toda hora.
    As armas nacionais são e sempre foram produzidas para não serem utilizadas, para repousarem em gavetas, armários ou em coldres sem serem disparadas.
    Existe até muita gente que se orgulha em dizer que nunca disparou sua arma.
    Uma coisa já foi melhor há vinte ou trinta anos: O acabamento externo, que hoje é deplorável.
    A munição C.B.C. também é outra porcaria. Nos Estados Unidos é vendida a preço baixíssimo e como mero produto recreativo.
    Lá, nenhuma instituição de segurança ou indivíduo comprometido seriamente com isso a utiliza como munição de defesa.
    O problema é que somos escravos dessa indústria”brasilis”.
    Rio de Janeiro e Paraná começam a romper esses grilhões.
    Mas ainda levará muito tempo para que armamento de qualidade chegue às mãos dos pobres mortais brasileiros.
    O pior é que essas armas de boa qualidade custam muito menos que o lixo nacional.

  5. Bom galera… uma coisa de cada vez!
    Afirmar que o FAL não foi testado em batalha é falta de buscar informação. Realmente no Brasil (no Brasil!!), as FFAA em geral não o experimentaram em batalhas. Mas em combates sim! Pesquisem as unidades de selva no Pantanal e na Amazônia! Também nas mãos de unidades das PM’s este “Rifle de Batalha” viu muita ação. E seu irmão MD97 foi uma boa e barata alternativa de fornecer um AR (Asalt Rifle) em calibre 5,56×45 às forças auxiliares Brasil afora equipadas com Mosque-FAL, Mosquetão Mauser, carabinas Pumas .38, Chapinas 38-40 e Rossi.22, além de SMG variadas que não eram as armas mais apropriadas p/ emprego urbano. Melhor ter um FAL adaptado em 5,56 mm que um Mosque-FAL de “5 tiros e uma carreira”! Em tempo** O Mauser mod.1908 em 7mm que usei em 1983 sem miras ópticas foi preciso em lata de tinta a 250 metros!! Para tiro de precisão eu queria ter um comigo!!
    Sem dizer que desde o Vietnã (nas mãos de soldados da Comunidade britânica) o FAL mostrou mais eficiência e confiabilidade que o M-16A1 e mesmo os M-14!
    Em 1982 nas Falklands/Malvinas, 02 versões do FAL se digladiaram (FAL 1958 argentino x L1A1 britânico).
    Claro que o projeto do FAL apresenta deficiências que hoje são claras, mas que na década de 50 do século XX não se apresentavam. Apenas a rusticidade do projeto Kalashnikov (também bem velhinho!! rsrsrs) se mostrou o mais equilibrado para emprego nos climas temperados do hemisfério norte, tropical úmido e lamacento das selvas equatoriais, gélido das extremidades polares e seco arenoso dos desertos! Lembrando que seu pequeno tamanho o qualifica para CQB desde aqueles tempos idos!! Ainda assim este vem evoluindo alterando calibre, materiais, e conceito de emprego. Todos os restantes que o sucederam tiveram de evoluir para se aproximar do AK. Ou copiá-lo né?
    E é aí que nosso velho e bom FAL padrão pecou.
    Ficou parado no tempo!
    – Simples up-grade de configuração na caixa da culatra, telha e coronha já mudariam/modernizariam sua configuração. (Vide SA-58 OSW)
    – Estudos p/ uma possível alteração no passo do raiamento p/ otimizar o desempenho balístico da munição 7,62x51mm com o encurtamento do cano e nova coronha ergométrica amortecida (qualquer coisa na casa do .30 bate forte na soleira!!) sem prejuízo da precisão poderiam ajudar.
    Lembrando que os canos da IMBEL são martelados a frio e cromados, sendo assim considerados os melhores do mundo!
    – Reengenharia de mecanismos (teclas, reténs, travas, alavancas, molas, miras) também ajudariam.
    E sonhando mais alto, que tal experimentar outros calibres intermediários além do 5,56mm?
    E galera…só para lembrar: Podemos não ter o melhor que o mercado pode oferecer, mas tiramos o maior aproveitamento do que dispomos.

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