Black Blocs, epidemia mundial

As mesmas cenas que presenciamos nas últimas manifestações ocorridas na capital do país não são privilégio da democracia tupiniquim, ao contrário temos visto espalhar-se pelo mundo um movimento, no mínimo preocupante, os Black Bloc. Inspirados pela ideologia anarquista eles tem infestados as manifestações, dos movimentos de esquerda, como o braço armado dos sindicatos e movimentos sociais, que sempre se esquivam de toda a responsabilidade alegando que os baderneiros se infiltraram em uma manifestação pacífica.

O curioso é que tanto em Brasília quanto em Paris a operação deses grupos segue um padrão inconvenientemente regular, levantando suspeitas, ou ao menos indícios, de que não se tratam de ações isoladas de grupos independentes. Os Black Blocs agem sempre da mesma forma, mesmo estando separados por milhares de quilômetros, grupos menores, misturados a multidão, atacando as forças policiais e depredando equipamentos públicos, comércios, bancos e até mesmo o carro de qualquer azarado que esteja estacionado nas ruas por onde estes vândalos passam.

A padronização de atuação nos métodos, na estética e até nos símbolos que estes agitadores carregam levam a cogitação de uma organização central, senão na determinação das operações de campo, pelo menos na construção de uma identidade ideológica e operacional. Com base nesta identidade existe a possibilidade de recrutamento de pessoas para executar estratégias de apoio aos movimentos legítimos, que podem demonstrar um falso estado de caos e insatisfação social que, sem a ação violenta coordenada, jamais seria expresso pela população. Prova da existência de uma organização ideológica coordenada é a distribuição de cartilhas com técnicas de guerrilha para orientar a ação dos partidários do movimento. Na página do Facebook Black Bloc São Paulo encontrar-se orientações, fofinhas, como esta:

A VIOLÊNCIA é uma ação onde a desobediência não é passiva, ou seja, se ocorrer atos violentos por parte da polícia, por exemplo, ocorrerá uma reação dos manifestantes da mesma altura. Mas o que é violento é muito pessoal: se para alguém atirar pedras em um prédio é um ato violento, para outros pode não ser. (link nas notas)

Na manifestação de 01 de maio, Paris, podemos ver as táticas sendo utilizadas em todo seu esplendor levando a destruição de patrimônio público e privado e deixando um saldo de 3 policiais feridos, entre os quais um incendiado por coquetéis molotov. Além disso, a estratégia possibilitou a mobilização da imprensa mundial e fomentou uma a idéia de rejeição a candidata de direita, Marine Le Pan, que foi alvo preferencial de todos os movimentos de esquerda. Ainda que discordassem sobre quem deveria ser apoiado, havia um consenso impedir a eleição da representante da direita, parece que funcionou.

O apoio que os Black Bloc conferem a sindicatos e “movimentos sociais”, através da utilização da violência, tem o estranho hábito de só estar alinhado aos grupos de orientação socialista ou comunista. Ainda assim, parece que nenhum líder sindical ou organizador de movimento social jamais chegou a prever a possibilidade de atuação dos Black Blocs em qualquer manifestação. São sempre surpreendidos e ficam horrorizados com violência empregada por eles. Aliás, repudiam veementemente este tipo de comportamento, que sempre será praticado por pessoas mal intencionadas, infiltradas nas manifestações. E ai daqueles tenham a ousadia de duvidar de tão imaculada santidade.

Afinal, você vai acreditar nos seus olhos ou no que eles dizem?

Nota 01 – 247 Noticia distribuição de cartilha Back Bloc –
https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/138684/Black-Blocs-t%C3%AAm-cartilha-com-t%C3%A1ticas-de-guerra.htm

Nota 02 – Link para a página Black Bloc são Paulo –
https://www.facebook.com/bbSaoPaulo/posts/379217812273338:0

Nota 03 – Reportagem sobre as manifestações de 01 de maio –

http://g1.globo.com/mundo/eleicoes-na-franca/2017/noticia/manifestacao-de-1-de-maio-tem-confronto-na-franca.ghtml
http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/05/01/interna_internacional,866287/paris-policiais-e-encapuzados-se-enfrentam-em-manifestacao-no-dia-do.shtml

2 Replies to “Black Blocs, epidemia mundial”

  1. O livro “Por trás da máscara” de Flavio Morgenstern explica com detalhes quem está por trás de tudo e até a estratégia que sempre usam.
    Cabe aos órgãos de segurança, sabendo o que vai ocorrer, providenciarem uma estratégia para surpreendê-lo na próxima vez.
    Não tenho a mínima ideia do que deve ser feito, mas com certeza será alguma coisa parecida com o que os bolivianos fizeram com a torcida do Coríntias. Medidas educativas em “colégio interno”.

    1. Obrigado pela dica de leitura. Com certeza absoluta é fundamental que as autoridades estejam precavidas para as ações destes grupos, que são previsíveis e padronizadas.

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