Entenda o que é Desinformação

O conceito de desinformação reproduz na teoria o mesmo efeito que na prática: confusão. Segundo o dicionário online Priberam, desinformação pode ser definida como a “ação de suprimir uma informação, de minimizar o seu efeito”; Merriam-Webster (dicionário americano) é mais assertivo: “falsa informação dada às pessoas para fazê-las acreditar em algo falso ou esconder a verdade”. Um detalhe que ambos dicionários não expõem é que o eixo principal da dezinformátsiya consiste na produção de falsas informações desenvolvidas sobre documentações forjadas amparadas por testemunhos e evidências falsas, tudo isto sendo propagado pela classes letradas e meios de comunicação de massa – rádio, impressos, televisão.

Conforme dito em artigo anterior deste portal, a internet é utilizada como ferramenta de desinformação para influenciar a opinião pública através de blogs e portais de notícias [1] muitas vezes financiados com verba pública [2]. Para este artigo foram traduzidos alguns trechos do livros Desinformation, escrito pelo Gen. Ion Mihai Pacepa em parceria com Ronald Rychlak. Abaixo uma pequena biografia dos autores:

Gen. Ion Mihai Pacepa foi o oficial militar de mais alto escalão a desertar-se do serviço de inteligência soviético. Ele foi chefe da Inteligência Romena e por muitos anos trabalhou diretamente para Nicolae Ceausescu e Nikita Khrushchev. O general também escreveu a obra “Red Horizons”, texto fundamental para a condenação do presidente romeno Nicolae Ceausescus. Richard Nixon afirmava que a obra era o seu “manual para lidar com tiranos”.
O Professor Ronald Rychlak é especialista na história do Papa Pio XII, autor do livro “Hitler, The War, and the Pope”.

Pacepa, Rychlak.

Pacepa, Rychlak.

A primeira vez que ouvi o termo desinformação foi através do Professor Olavo de Carvalho. Lembro-me bem das palavras dele: “o sujeito que fala uma coisa dessas ou é ignorante ou desinformante.” O ignorante é aquele que desconhece o assunto e opina à respeito. O desinformante espalha a mentira como se fosse verdade, sabendo muito bem o que está fazendo.

No parágrafo a seguir um trecho traduzido do livro Desinformation:

“A maioria dos políticos, pessoas do mundo acadêmico e da mídia, acreditam que a desinformação é um fenômeno obsoleto da Guerra Fria. Em meados de 1986, a palavra “desinformação” não estava listada entre as 300.000 do Webster New World Thesaurus, nem mesmo nos vinte e sete volumes da Enciclopédia Britânica. É acreditado – erroneamente – que desinformação é um sinônimo de propaganda falsa. Na realidade, desinformação é diferente da propaganda falsa da mesma forma que a noite difere do dia. Propaganda Falsa é uma ferramenta oficial do governo e reconhecida como tal. Desinformação (i.e, dezinformatsyia), é uma ferramenta de inteligência secreta, utilizada para outorgar falsas informações por meio de órgãos não governamentais para influenciar a opinião pública do Ocidente. Suponhamos que a FSB (nova KGB) fabricou alguns documentos que supostamente provam que o exército Americano agia sob ordens específicas de atacar casas e templos islâmicos nos bombardeios ao Líbano em 2011. Se uma reportagem com estas informações fosse publicada num jornal russo, seria uma falsa publicidade e as pessoas do Ocidente poderiam facilmente identificar a farsa, e simplesmente contabilizar como mais uma propaganda de Moscou. Agora, se este mesmo material fosse publicado na mídia Ocidental por uma organização própria Ocidente, isto seria desinformação, a credibilidade da notícia seria muito maior.”

Conforme dito em artigo de 2001 pelo Professor Olavo de Carvalho, “a maior parte das classes letradas […] ignora por completo que – a desinformação – se trata de informações perfeitamente calculadas em vista de um fim, e que em noventa por cento dos casos esse fim não é influenciar as multidões mas atingir alvos muito determinados – governantes, grande empresários, comando militares – para induzi-los a decisões estratégicas prejudiciais […]” [3] . Abaixo um exemplo prático de desinformação:

“Em Abril de 2003, a mídia Ocidental foi inundada por milhares de histórias sobre saques ao Museu Nacional de Bagdá. Estações de televisão ao redor do mundo mostraram o choro do diretor do museu culpando os Americanos por permitirem a destruição de “170.000 itens que datavam milhares de anos atrás”. Este é um exemplo de desinformação. Eventualmente foram publicados relatórios informando que funcionários do museu haviam escondido os supostos itens saqueados algum tempo antes da Guerra do Iraque começar, e no fim das hostilidades elas estavam seguras, sob custodia Americana. Mais tarde os oficiais do museu declararam que apenas 25 itens estavam sumidos. Mas o estrago estava feito. Um número incontável de pessoas ao redor do mundo continuará falando sobre as devastadoras imagens das salas vazias, repetidamente mostradas em suas televisões, acompanhadas de acusações de que os Americanos haviam permitido que aquilo acontecesse.”

Segundo a Great Soviet Encyclopedia, desinformação pode ser definida da seguinte maneira:

Enciclopédia soviética

Enciclopédia Soviética

DEZINFORMÁTSIYA: “Disseminação (veículos impressos, rádios, etc.) de falsos relatórios pretendendo enganar a opinião pública. A imprensa capitalista e as rádios fazem amplo uso da dezinformatsyia, com intuito de enganar as pessoas, emaranhando-as em mentiras, e descreve a nova guerra sendo preparada pelos Imperialistas Anglo-Americanos como uma arma defensiva, que descrevem as políticas pacífico-amorosas da URSS, e outros países democráticos, alegadamente agressivos.”

Os generais da inteligência do bloco soviético eram treinados para serem altamente qualificados na ciência da desinformação, em alguns capítulos do livro o Gen. Pacepa expõe alguns trechos desta “apostila”:

“A ciência da desinformação (orgulhosamente chamada de ciência) nasceu na Rússia, está profundamente enraizada no solo russo e na história do país. Os manuais ensinaram que a desinformação havia nascido na Rússia do século XVIII, foi fruto da paixão amorosa entre Catherine a Grande e o Príncipe Gregory Potemkim, seu principal conselheiro político e militar. Em 1787, Potemkin, pelo governo geral da Nova Rússia (atualmente a Ucrânia), levou a Imperatriz num tour pela Criméia. Para impressioná-la, Potemkim ordenou que construíssem falsas aldeias ao longo do caminho que eles percorreriam, para impressionar a princesa Catherine.”

Durante a Guerra Fria, mais pessoas do Bloco Soviético trabalhavam com a desinformação do que em toda indústria de defesa. O bloco de inteligência comunista sozinho tinha mais de um milhão de oficiais, e outros milhões de informantes ao redor do mundo. Construíram uma imagem “ocidentalizada” para Ceausescu, Khrushchev, enganaram o mundo transformando Gorbachev num visionário. Lembram-se da Glasnost?

Bom, Glasnost é um termo russo que pode ser definido como, “polir a imagem do governante”. Na Soviet Encyclopedia, 1930, define-se o termo como: a qualidade de tornar algo disponível à discussão pública ou manipulação.

Gorbachev na capa da Time, "Homem do ano".

Gorbachev, “Homem do ano”

Agora, na prática do discurso político nacional, um exemplo de desinformação é o conceito “Desmilitarização das polícias”, a conhecida PEC 51. Você pode conhecer mais a fundo as proposta da PEC pelo artigo do blog Blitz Digital [4], mas resumidamente o projeto busca criar uma super-corregedoria submetida ao Estado – entenda-se por Estado não unidade federativa mas o poder Executivo. Os policiais perderiam diversos direitos adquiridos ao longo dos anos, e a promoção dentro da corporação não será – caso venha ser aprovada – por testes ou provas, mas por indicação. Podemos imaginar o que aconteceria com a – já precária – segurança pública se os altos postos e cargos fossem totalmente ocupados por indicações políticas.

Deu para entender? É o lobo vestido de ovelha, dá-se um falso conceito que será fortalecido pela classe formadora de opinião, o cidadão comum não lerá a PEC, e tudo que saberá a respeito do assunto virá pelos meios de comunicação, dominados pelos agentes desinformantes da esquerda – conforme dito pelo Prof. Olavo no hangout realizado no dia 26/07/2015 [5]. É a desinformação como única fonte de informação.

(Para mais informações sobre desinformação acesse o site Cartilha Anti-tirania: http://goo.gl/jhCvXG)

hcostajr 

Referências:

[1] http://goo.gl/Dvc0g7 – Como ler um blog, segundo um manipulador de mídias. Tradutores de direita

[2] http://goo.gl/0qFakO – Tudo o que você precisa saber sobre como o governo sustenta blog na internet. Spotniks

[3] http://goo.gl/pFHUsM – O que é desinformação? Olavo de Carvalho.

[4] http://goo.gl/E16rqK – Leia e entenda a PEC 51. Blitz Digital.

[5] https://goo.gl/KfUM1r – Hangout Panelinha da Direita

Fonte: Tradutores da Direita.

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