GTOP’s de luto.

Queremos externar a população do Distrito Federal nossa dor diante do lamentável acontecido envolvendo uma guarnição do GTOP e a morte de um cidadão de bem. A filosofia do serviço operacional, mais notadamente os Grupos Táticos de Operação (GTOP), é estritamente técnica e tática, sempre adstrita ao que preconiza o que há de melhor na doutrina policial de segurança pública a fim de prestar um serviço de excelência à sociedade.

A necessidade da busca da especialização (não estilo tapa na cara), qualificação, treinamentos, estandes de tiro fariam muitos profissionais melhorarem seu desempenho nas ruas. E não basta colocar um alvo e mandar o policial atirar. É necessário treinamento de tiro, onde situações críticas são passadas ao combatente, para que seu psicológico esteja preparado para as ruas, não basta dar banho de mangueira e deixar o policial privado de comida gritando hinos e musiquinhas, já devíamos ter passado esse tempo. Milhões gastos em helicópteros e federações de tiro tem mais estrutura que a policia da Capital Federal.

Não há mais espaço para amadorismo, temos que ser policiais profissionais e não rambos armados até os dentes com recompensas ridículas por armas apreendidas. Temos família em casa e agir no impulso só nos deixa mais distantes delas.
Ser policial militar é isso, trabalhar eternamente no fio da navalha, um dia herói, em outro assassino frio, conforme a tendência da imprensa. Quem trabalha nas ruas sempre vai viver sobre essa linha, abuso de um lado e omissão do outro.

Por mais que sejamos policiais de segurança pública não podemos desconsiderar que a ação do policial foi no mínimo arriscada, pois acertar um disparo em um carro em movimento é algo que deixa muitas oportunidades de erro, e quando estamos na caça amigo, temos que ter em mente que é melhor o marginal escapar do que inocentes se ferirem.

A rotina do serviço dos policiais especialistas foca a segurança do cidadão, em primeiro lugar, e depois sua própria segurança. Não é, e nunca foi, recorrente nas ações do policiamento ostensivo tático o uso de força desnecessária, violência ou atos desmedidos que coloquem em risco a segurança de terceiros ou a do próprio policial. Por isso entendemos que o ocorrido na abordagem que culminou na morte do SRº José Chaves Alves Pereira foi um fato isolado, e trágico, decorrente de falhas nos procedimentos adotados por estas equipes altamente qualificadas.
Cabe à justiça os devidos procedimentos apuratórios e julgamento desse evento, ela possui legitimidade para isso. Repudiamos a espetáculo midiático com pretensões de alavancar audiência com a tragédia ocorrida tanto na vida do jovem que veio a falecer quanto na do policial militar, um cidadão e pai de família.

Nós, policiais militares especialistas, GTOPs, ROTAM e Táticos em geral estamos de luto.

Fonte: site caserna Papa Mike

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