NÃO ESQUECEREMOS NOSSOS HÉROIS

Ainda mesmo que morte nos caiba,

Saberemos com honra morrer,

De maneira que a pátria bem saiba,

Que cumprimos nosso dever.

(Canção da Polícia Militar do DF)

Com estes versos quero homenagear os quatro heróis mortos no dia 19 de novembro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro:

Major Rogério Melo Costa, 36 anos.

Capitão Willian de Freitas Schorcht, 37 anos.

 Subtenente Camilo Barbosa Carvalho, 39 anos.

 3ºSargento Rogério Félix Rainha, 39 anos.

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Helicóptero da PM do Rio de Janeiro: O Brasil perdeu mais quatro heróis.

Todos nos policiais militares, quando entramos na corporação, fazemos um juramento. Prometemos solenemente, diante de familiares e autoridades constituídas, que cumpriremos nosso dever mesmo que isso nos custe a vida. Alguns amigos meus sempre me perguntam se não é um exagero, para que tanta cerimônia? Quem nos dias de hoje faz juramento?

Parece que vivemos em uma sociedade vazia. Onde os mais relevantes valores, que fizeram parte da constituição de nossas almas, perderam todo o sentido. O mal deixou de nos horrorizar, na verdade, existe certa admiração pela maldade e seus frutos.  Vivemos tempos obscuros, onde uma aeronave abatida, com policiais dentro, é motivo de chacota de parte da população. Onde bandidos sanguinários são cultuados por doarem botijões de gás, ao mesmo tempo em que levam em troca uma geração de jovens para morte nas milícias do tráfico de drogas.  Habitamos uma estranha terra onde o absurdo parece cotidiano e banal, um grande vídeo game, onde matar policiais e pessoas inocentes pode render algum bônus.

No meio dessa selva de desesperança ainda existem homens que compreendem o óbvio, que amam a verdade, que colocam a vida das outras pessoas acima de suas próprias e que cumprem seu dever por um motivo que para a maioria pode parecer absurdo, eles disseram que o fariam. Estes homens, tem honra, algo que parece esquecido para a maioria dos brasileiros. Eles estão na linha de frente, como uma muralha, são o último obstáculo a barbárie. Ainda assim, são desvalorizados, desrespeitados, mal remunerados, trabalham em condições insalubres e sob o ataque covarde dos “intelectuais” e da mídia.

Do conforto da frouxidão moral, estes homens de gelatina, investem com selvageria verborrágica contra aqueles que os protegem diariamente. Chegara um dia que a situação se tornará insustentável. Aproxima-se a hora em que cansaremos de contar nossos mortos. O dia em que nenhum comandante terá mais estômago para entregar bandeiras dobradas às viúvas e mães. Um tempo em que nossos heróis se cansarão de entregar a vida por aqueles que os desprezam.

Luiz Fernando Ramos Aguiar.

Fonte da foto: UOL.

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