O inferno de Dante na PM

A terrível crise que vivemos hoje, de valores morais e espirituais, fatalmente deságua em comportamento cotidiano, por isso que vivemos um “inferno” terreno de imoralidades e de falta de caráter que praticamente inviabilizam a vida normal no Brasil. Essa severa crise assola todo o país e as suas instituições mais preciosas, dentre elas a polícia militar, onde os vícios e pecados dos seus membros, quando não combatidos, promovem uma deterioração das atividades e atitudes dos policias gerando problemas cada vez mais intensos. Agora, mais do que nunca, vivemos uma provação dentro da polícia causada basicamente por um tipo de mal muito grave chamado traição. Mas isso não é um privilégio do nosso tempo. No começo do século XIV um poeta, filósofo e teólogo chamado Dante Alighieri já alertava para as causas dessa deterioração na sociedade e as suas consequências espirituais eternas na sua obra prima: “A Divina Comédia”(1).

 Dante Alighieri dividiu a sua magnum opus(2) em três livros representando os três níveis da vida eterna: Paraíso, Purgatório e Inferno. O livro foi escrito pelo teólogo e filósofo por volta de 1304, terminando-o por volta de 1321. O termo comédia é usado no sentido da antiga classificação grega, onde a comédia terminava com o sucesso ou a felicidade da personagem central, diferente da tragédia, onde tudo terminava mal. No caso do livro, tudo terminava bem pois Dante chegava ao paraíso ao fim do terceiro livro. Começando a sua visita pelo inferno, Dante, guiado pelo poeta romano Virgílio, desce por nove círculos infernais, começando pelos pecados mais leves, como a gula ou a preguiça por exemplo, que eram castigados com castigos menos terríveis, até o mais grave de todos, no último círculo infernal. No último círculo, no mais profundo dos infernos, Dante se depara com um gelo glacial terrível, com os pecadores enterrados no gelo vivos aguardando a sua vez de serem torturados, podendo-se ver somente o topo das suas cabeças. Esse local é reservado aos piores pecadores, os que merecem as mais terríveis penas. Esse local é reservado aos traidores, que sob o julgamento de Deus todo poderoso foram condenados a esse terrível destino por traírem os seus amigos, a sua pátria, os seus país e parentes, os seus cônjuges ou o próprio Deus. É o local onde Lúcifer mastiga Judas pela a eternidade.

 Vive-se hoje na polícia militar, especialmente na do Distrito Federal, uma crise de valores profunda, como a que afeta toda sociedade brasileira, onde a desorientação e a inversão de valores causada pelo marxismo cultural (3) promovido por mais de trinta anos pela esquerda, seja ela socialdemocrata, seja ela revolucionária, praticamente criminalizou ou deixou os valores insubstituíveis em frangalhos, sejam eles a saber: A família tradicional verdadeira composta por um homem, uma mulher e os filhos, a ética e a moral cristã, a visão de certo e errado, a liberdade de pensamento, crença e opinião, a liberdade econômica, o Estado mínimo com impostos baratos, simples e que não emperrem o desenvolvimento econômico, o pudor, a busca da justiça contra os crimes e criminosos por meio de penas severas, rápidas e eficazes, etc. Com isso, os pecados e vícios se entranharam dentro da corporação causando danos violentos, como o egoísmo que gerou a perda de empatia pela sociedade e pela missão da polícia, como a inveja que gerou o descontentamento generalizado com a corporação em detrimento de outros órgãos (que na visão distorcida dos policiais militares as veem como perfeitas e valorizadas), como a luxúria que gerou o desmantelamento sistemático das famílias dos policiais, dentre outros. Porém, nenhuma conduta é mais destrutiva do que a da traição dentro das fileiras, que faz com que colegas trabalhem para prejudicar colegas, muitas vezes, por meio de sorrisos e apertos de mãos que instantes depois de se efetivarem, dão espaço a toda sorte de calúnias, denúncias e estórias com vistas a prejudicar, desmoralizar e perverter a vida do outro policial.  

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Inferno: Lugar dos traidores de Deus, da Pátria, da família e dos amigos.

Nesses últimos tempos esse tipo de atitude nunca foi tão comum e presente no dia a dia da corporação, com notícias negativas e desmoralizantes sendo geradas a toque de caixa por uma parte das empresas de imprensa, que já vinculadas financeiramente e ideologicamente com os partidos que tem por objetivo a extinção da polícia militar para o ano que vem, vem trabalhando freneticamente para cumprir a sua tarefa, deixando os mais de 15 mil homens e mulheres da Polícia Militar do Distrito Federal na parede da opinião pública, como se todos fossem incompetentes, mau caráter, corruptos e violentos. Nada mais longe da verdade. Mas essa indústria paga de difamação não poderia funcionar sem a colaboração estrita de alguns policiais militares, que de dentro da corporação, alimentam a fera que irá nos devorar. Assim, sem os traidores, essas notícias e manobras imundas não existiriam ou teriam um impacto infinitamente menor.

 Percebe-se claramente que assim como o poeta Dante gerou a sua obra devido a grave crise de moralidade, ética, lealdade, fé e de caráter que passava na Europa do século catorze, o Brasil do século vinte um não é muito diferente. Mas como o ser humano é o mesmo ontem, hoje e sempre, com as suas virtudes que geram ações de bondade e heroísmo, e os seus vícios e pecados que geram ações de maldade e covardia, o Bom e Maravilhoso Deus é o mesmo, ontem, hoje e sempre, assim como o seu eterno inimigo maldito, mudando-se apenas, durante os séculos, os cenários e os personagens, mas o drama, o enredo é o mesmo. Por isso devemos voltar o nosso coração a Deus e em orações e súplicas buscar a sua luz, proteção e coragem para sermos e fazermos o que Ele quer, e não o que nós queremos, pois inevitavelmente escolheremos mal, pensando de maneira egoísta e focados em nós mesmos. Quanto aos traidores de ontem, hoje e de sempre, seja na sociedade, seja na polícia militar, caso não se convertam e peçam perdão a Deus e aos que foram traidos, que Satanás os devore pelos séculos dos séculos. Amém.

Capitão Olavo Mendonça.

Referências:

1- A edição do livro “A Divina comédia” que eu recomendo é a bilíngue da Editora 34. Muito bem cuidada, dividia em três livros separados e com o original em italiano ao lado da tradução portuguesa. Excelente para quem quer ter uma boa edição para guardar e consultar.

2- Magnum Opus: Obra ou livro maior ou obra prima do escritor.

3- Marxismo Cultural é a estratégia criada por Antonio Gramsci e instrumentalizada pela Escola de Frankfurt para fazer a revolução socialista por meio da mudança da cultura, dos valores, pelo fim da família, do fim da Igreja e da Fé em Cristo Jesus. Estratégia essa usada pela esquerda no Brasil há mais de 30 anos e que transformou o Brasil em campeão de homicídios, consumo e tráfico de drogas e de comportamento depravado. Para saber mais assista aos vídeos do curso de ‘Marxismo Cultural” do Padre Paulo Ricardo. Seguem os links: Aula 1, Aula 2, Aula 3, Aula 4, Aula 5 e Aula 6

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