Novo Fardamento da PMDF foi desenhado por estilista

Uma notícia, publicada na Revista Veja Brasília de 12 de junho (a revista chegou para os assinantes antecipadamente) causou surpresa no meio policial militar da Capital.

De acordo com a publicação, a nova farda na cor azul, feita a toque de caixa, que desfigurou a identificação visual da Corporação e que fez a festa das lojas de farda e de tecido, foi idealizada não por uma comissão de policiais militares usuários do uniforme como, segundo fonte, havia informado o Comando Geral anterior da PMDF, mas sim por uma Estilista.

Trata-se de Anna Paula Osório, não confundir com a atriz, que deu uma entrevista para a revista. A profissional disse cheia de orgulho que “Encurtou as saias” das policiais e que usou tecidos tecnológicos que evitam a transpiração. No entanto, o veículo de comunicação não trouxe nenhuma opinião dos policiais militares a respeito da nova farda.

Provavelmente a resposta seria que houve um equívoco por parte da estilista, pois o tecido usado é o velho Rip Stop, tecido com mais de 20 anos de mercado e de um modelo que além de não permitir a transpiração vive sempre amarrotado. Para os policiais dos Grupos Táticos Operacionais GTOP a situação ficou ainda pior, pois o uniforme, na cor azul, é fechado até na gola, e com o uso do colete tático, balístico e dos equipamentos que podem pesar até 20 KG. Desenvolver o trabalho diário no sol de Brasília, com estas condições, passou a ser um grande desafio para os policiais.

A Farda antiga: Tradição jogada fora.


A questão que fica é por que trocar o fardamento, que foi considerado o mais bonito do Brasil e um dos mais bonitos do mundo? A pergunta surge porque além da mudança ter quebrado a tradição do uniforme, pois mudou a cor da segunda peça de preta para azul, que não tem nenhuma relação com a bicentenária corporação, piorou o tecido, pois já se usava um material sintético de última geração que não amarrotava e que transpirava, se colocou um porta carregador de munição na canela da Calça.

Outro aspecto a refletir nesta situação é o financeiro, pois os policiais receberam o auxílio fardamento adiantado para comprar as novas fardas, que é uma obrigação do Estado fornecer. Imaginemos 14 mil policiais gastando quase R$ 2 mil para adquirir um jogo de fardamento completo novo, pois não se aproveitou nenhuma peça do uniforme tradicional. Ou seja: foi necessário comprar tudo novo, de luvas e platinas a camisetas internas e conjuntos de moletom, chamados abrigos.

Segundo a revista a troca vai custar R$ 22,4 milhões de reais, o que dá uma ideia de que algo merece ser analisado com mais carinho pelo novo Comando Geral e pelos órgãos de controle. Quem sabe até, suspender preventivamente a troca do fardamento para analisar melhor a situação.

Fonte: Revista Veja Brasília, notícia da jornalista Lilian Tahan publicada na página 30.

Fonte da foto: Site Mister Mag e Fãs do GIRO.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.