O trágico fim de Herodes, o rei que mandou matar os Santos Inocentes

O rei Herodes, o Grande (73 a.C. aprox. — primeiros anos da era cristã), passou para a História como um das figuras mais relevantes da vida judaica na transição do Antigo para o Novo Testamento.

Modelo em escala do Palácio de Herodes a época.

Deve-se a ele a restauração do Segundo Templo de Jerusalém e muitas obras arquitetônicas de grande fôlego em Israel.

Porém, ele foi responsável por crimes espantosos, entre os quais o massacre dos santos inocentes em Belém. Através desse morticínio ele tentou matar o Menino Jesus, o Messias prometido, que os Reis Magos foram adorar, segundo o Evangelho de São Mateus (Mt 2,13-18).

13. um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar.

14. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.

15. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).

16. Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.

17. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias:

18. Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jer 31,15)!

Herodium: a entrada descoberta. Mas a localização do túmulo ainda é mistério.
 
O péssimo Herodes construiu para si próprio um sofisticado túmulo com características de fortaleza e passagens secretas ainda não plenamente reveladas.

Ele era odiado pelos judeus pois além de crudelíssimo era gentio.

Mais precisamente pertencia ao povo dos idumeus ou edomitas, isto é, descendentes de Esaú, o homem símbolo dos maus, que haviam sido parcialmente judaizados.

Herodes temia que o povo se revoltasse contra ele quando estava ainda vivo, ou que destruísse sua última moradia depois de morto.

Escavado na pedra no alto de uma elevação cônica, o local é conhecido como Herodium, a 12 quilômetros de Jerusalém e a sudeste de Belém.

O respeitado historiador romano Flávio Josefo (em Antiguidades Judaicas, 17.6.4) diz que Herodes morreu depois de um eclipse lunar.

Josefo descreveu a doença final de Herodes – às vezes chamada “Mal de Herodes” – que era insuportável.

Alguns peritos médicos hodiernos concluíram que o rei padecia de doença renal crônica complicada por gangrena de Fournier.

Os estudiosos modernos concordam que ele sofreu durante toda a sua vida de depressão e paranoia.

Sintomas similares ficaram registrados por ocasião da morte de seu avô Agripa I, em 44 a.C., de quem se relata que os vermes eram visíveis porque a putrefação atingiu-o em vida.

Segundo o historiador Josefo, Herodes estava obcecado pela probabilidade de ninguém lamentar sua morte.

Herodium: no alto de um morro cônico uma fortaleza-túmulo
 
Ele, então, convocou um grande grupo de homens ilustres em Jericó, e deu ordem pública de assassiná-los no momento da sua morte para que houvesse um grande lamento na terra e para que acontecesse a dor que ele ansiava ver no povo pela sua morte.

Felizmente a ordem não foi cumprida.

O Herodium sobreviveu nas mãos de seus descendentes, entre os quais Herodes Antipas (20 a.C. – depois de 39 d.C.), filho de Herodes o Grande.

Antipas martirizou a São João Batista e teve o deplorável desempenho na condenação de Nosso Senhor narrado nos Evangelhos.

Contudo, na última revolta contra os romanos, os judeus acabaram se entrincheirando no Herodium e os romanos o destruíram no ano 71 d.C.

Mas os restos de Herodes, ou seu sarcófago, ainda não foram localizados.

Arqueólogos israelenses e estrangeiros não cessam hoje de investigar e escavar, fazendo curiosas e impressionantes descobertas na estranha montanha que foi comparada a um ameaçador artefato no deserto.

Herodium: o acesso inconcluso ao túmulo secreto 

Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriu uma entrada monumental que devia conduzir ao topo do Herodium, informou o jornal britânico “The Telegraph”.

O corredor de cerca de 20 metros de extensão e 6 metros de altura está formado por um complexo sistema de arcos em três níveis.

Três arqueólogos israelenses concluíram que Herodes – talvez temendo uma vingança popular pelo massacre das criancinhas de Belém – concebeu o corredor como parte da fortaleza que perpetuaria sua memória e ocultaria seu corpo após a morte. Como que um monumento fúnebre real numa escala épica.

As escavações apontaram que o corredor não chegou a ser concluído:

“Parece que a interrupção aconteceu quando Herodes percebeu que sua morte se aproximava e resolveu converter todo o topo do morro num complexo em sua memória”.

O corredor foi fechado e enchido de entulho durante os trabalhos da colina de Herodium.

Problemas políticos israel-palestinos hoje dificultam os trabalhos no local, mas os objetos recuperados estão em exposição e poderão voltar a ele, dependendo de futuras negociações.

Espanta pensar no pesadelo desse rei, perseguido pela própria consciência, consumido pela doença somática e psíquica, rodeado pelo desprezo popular pelo fato de ter martirizado os Santos Inocentes. Uma prefigura de seu destino eterno.

Do outro lado, os Santos Inocentes reinam por todo o sempre no Céu junto a Jesus Cristo, que também nasceu em Belém, envolvidos de glória e gozosa bem-aventurança.

Por maiores que tenham sido os cuidados materiais de Herodes, o Grande, para preservar seu corpo perecível, nada disso lhe garantiu a felicidade eterna e talvez a afastou para sempre.

Luis Dufaur.

Fonte: Ciência confirma Igreja.

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