Endofobia: a mentalidade antiocidental

Mutilação genital de mulheres na África e Ásia, apedrejamento em teocracias islâmicas, a Chariah, segregação milenar e imutável por castas, pessoas enterradas vivas em certos grupos autóctones da América do Sul, escravidão, abuso de menores, crianças transformadas em jihadistas aos 5 anos de idade, assassinato aos milhares de cristãos no oriente médio. Estes casos citados tem uma característica especial, todos têm influencia direta de referências socioculturais. Não são coisas feitas à revelia das leis e do resto da sociedade, pelo contrário, são referendados pelas normas desses grupos sociais. Quando olhamos, sob o prisma de nossos próprios valores, sentimos repugnância e condenamos tais atos de imediato. Porém, aos que olham sob o prisma dos valores internos que legitimam essas atitudes, o julgamento pode ser bem diferente. E quais são nossos valores? De onde eles vieram? Bom, sem me aprofundar em digressões históricas das quais sei quase nada, não é difícil identificar a origem dos valores das civilizações ocidentais. E quais são os pilares destes valores?

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Criança criada para ser homem bomba. Barbárie.

Creio eu que nossas civilizações emergiram de algumas origens: a cultura judaico-cristã e suas variantes, a herança Greco-romana e, em parte, as ideias iluministas. Podemos considerar que essas matrizes contribuíram significativamente para o que hoje chamamos de ocidente (no sentido sociocultural da palavra). Foi no ocidente também que grandes revoluções e avanços ocorreram, podemos citar a Revolução Industrial, o advento das democracias constitucionais, o Estado de Direito e a economia de livre mercado baseada na propriedade privada dos meios de produção. Ainda, a mais importante de todas as heranças do advento do ocidente: a abolição da escravidão. Sei, o amigo pode ter ficado surpreso com essa minha última afirmação, apresentando a razoável duvida: “ora, aboliu pois escravizou, é o mesmo a abonar quem prendeu por soltar”. Sim, acontece que, na humanidade, não foram os países ocidentais os únicos escravizadores, praticamente todas as outras civilizações e grande parte de povos autóctones também escravizavam e, sob a luz do desenvolvimento histórico, a inédita abolição da escravidão pelas democracias ocidentais foi um enorme avanço para toda a humanidade. É de se perguntar por que então alguns de nós, ocidentais, atacam mais o próprio ocidente, que forneceu a estes os valores que usam para condena-lo, do que outros povos e países não ocidentais quando estes incorrem em brutais violações daquilo que nós, ocidentais, aprendemos a valorizar: a vida, a paz e os direitos humanos. Ora, meu filho, que direitos humanos existem ou existiram na Índia, no Irã, em Uganda, no Sudão, em Cuba, na China, na então URSS? A própria noção de “direitos humanos” surgiu no ocidente, é produto da nossa cultura. Então o que explica a existência de uma mentalidade antiocidental que ataca todos os valores e conquistas do ocidente? Por que desses ataques contra o “capitalismo” (o sistema econômico do ocidente), contra os cristãos (a religião do ocidente), e até contra a metodologia cientifica e conhecimentos herdados da cultura grega (quem nunca ouviu aquelas bobagens em cursos de humanas sobre “tecnicismo” e “não existe conhecimento neutro”?)?

Vejam, eu não estou aqui dizendo que tais caracterizadores da cultura ocidental não podem e não devem ser criticados, mas, há, flagrantemente, uma diferença de pesos quando as criticas são dirigidas ao ocidente. Para alguns ocidentais, que desfrutam de todas as benesses que só as democracias capitalistas são capazes de oferecer, o ocidente é a grande fonte do mal de toda a humanidade. Mal esse que eles, porém, não conseguem viver longe. O que explica, por exemplo, o ódio de algumas feministas contra a igreja católica ao passo que estas mesmas feministas nunca se manifestam quando outras religiões e culturas fazem com que suas mulheres sofram muitas vezes mais do que nas sociedades cristãs?! Vamos pegar um exemplo? Lembram-se da visita do Papa ao Brasil? Lembram-se do show de horrores que “grupos progressistas” aprontaram com a única intenção de ofender todos os católicos?! Pergunta: seria possível em países muçulmanos haver um paralelo destes? Tipo: um grupo de feministas árabes fazer aquele escarcéu introduzindo símbolos religiosos do islã em suas cavidades corporais quando da ocasião da visita do aiatolar?! Será que tais coisas não são possíveis apenas nas democracias ocidentais?! O que aconteceria a este grupo imaginário paralelo às nossas feministas radicais se ele de fato se manifestasse desta forma no Irã!? Falando nisso, onde estavam as manifestações radicais quando Mahmoud Ahmadinejad visitou o Brasil? Vamos ver outro exemplo? O caso do conflito Israel x Hamas. Não vamos aqui fazer nenhum tipo de consideração sobre as razões que motivaram essa crise, vejamos apenas o tratamento diferenciado que é dado à questão. A Rússia invade a Ucrânia com milícias treinadas e armadas, toma-lhe territórios vitais e mata milhares de civis, a diplomacia brasileira não fala nada. Na Síria, o ditador mata dezenas de milhares de civis em uma guerra sangrenta, a diplomacia brasileira cala. No país vizinho, o ditador colega mata dezenas de estudantes desarmados e prende milhares, a diplomacia brasileira apoia o ditador. Israel, em guerra com Hamas, mata civis que, em sua maioria, são usados como escudos humanos pelo Hamas, a diplomacia brasileira, em vez de condenar ambos os lados, condena somente um, o de Israel, e recebe agradecimentos do Hamas. Por quê?! A resposta é muito simples: Israel representa o ocidente no oriente médio. Isso explica o porquê do antissemitismo da esquerda mundial, a esquerda é aquela parte do ocidente que odeia o ocidente, e, por consequência, odeia Israel e é antissionista (que para mim é sinônimo de antissemita).

As pessoas em geral não se atentaram para esse “deslize” do anão diplomático. Hoje chegou a notícia que uma cidade iraquiana foi tomada por rebeldes jihadistas, dezenas de milhares de cristão já foram mortos, mas, os cartunistas progressistas não se atrevem a ser piedosos com essa população. É por isso que os socialistas odeiam cristãos, judeus, empresários, o papa, as democracias ocidentais e a metodologia das ciências naturais, pois esses elementos representam as bases da cultura ocidental: a cultura judaico-cristã, o liberalismo e a herança Greco-latina. Basicamente, são estes os fatores que tornaram o ocidente a mais poderosa força do planeta.

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Cristãos massacrados. Triste realidade no mundo do século XXI.

Resta saber se essas mesmas pessoas ocidentais que odeiam o ocidente poderiam viver fora dele e defender os mesmos valores que aqui defendem e, ao mesmo tempo, desfrutar da mesma liberdade que aqui desfrutam. A esta altura, se tiver um amigo socialista lendo estas linhas, ele deve estar pensando: “nossa, que pensamento etnocêntrico do autor deste texto”. Mas, o que ele poderia esperar? Um pensamento “exocêntrico”?! Claro que não, sou um ocidental e carrego comigo os valores do ocidente, assim como você, assim espera-se que um munduruku carregue com ele os valores da etnia dele. Aliás, a palavra ‘etnocêntrica’ deveria desaparecer do vocabulário antropológico devido à enorme redundância que a composição dos radicais representa: algo como “subir para cima”.

Não obstante, sabendo que os assuntos de ética e moral são delicados até para os mais brilhantes filósofos, acredito que alguns valores são compartilhados por uma gama de indivíduos de diferentes culturas. Certamente não só no ocidente há os que valorizam a vida e a liberdade, mas, é justamente no ocidente que os maiores progressos foram alcançados no sentido de preservá-las. É etnocentrismo também quando olhamos para dentro de nossa própria cultura para criticá-la naquilo que acreditamos que ela deve melhorar, quanto a isso, nada mais natural. Porem, muito diferente é essa mentalidade autodestrutiva antiocidental, ela não é reformadora, não trás em si a virtude dos movimentos aperfeiçoadores, muito pelo contrário. Há uma espécie de fenômeno cultural que emergiu do ocidente que é inexplicável, é uma espécie de xenofobia às avessas, eu chamo de “endofobia”. A xenofobia é um sentimento de hostilidade às culturas diferentes, a endofobia é a hostilidade à própria cultura. Como explicar o surgimento da endofobia enquanto fenômeno social? Acredito que, muitas vezes, a endofobia é uma espécie de misantropia misturada à ideologias destrutivas, outras vezes penso que a endofobia tem raízes em uma espécie de neurose coletiva provocada por seguidas frustrações, normais aos seres humanos, mas catalisadas por um discurso unificador e redentor que atribui os fracassos pessoais a uma conjuntura externa. De qualquer forma, a mentalidade antiocidental que chamo de endofobia é caso para as ciências do comportamento analisarem. Ou será que quem precisa de psicólogo sou eu?!

Alexandre Jorge Padua.

3 Replies to “Endofobia: a mentalidade antiocidental”

  1. Caro Alexandre Padua, você foi cirúrgico, claro e objetivo na questão do “ENDOFOBIA”, quanto a mentalidade antiocidental endofóbica. É exatamente como pensam e agem estes Comunas esquerdopatas.
    Eu cheguei até seu texto quando pesquisava sobre A História secreta da União Europeia, BILDEBERG SELETIVA PERVERSA O PLANO KALERGI, e temas correlatos. Pois pelo que li nestes artigos, todos os intentos para acabarem com a raça branca e instituir uma elite de controle mundial, passam pela implementação da ENDOFOBIA, como um meio de destruição interna destes países Europeus, entre outros crimes articulados de forma fria, ardilosa e eivada de psicopatia grave, contra as raças brancas e a humanidade como um todo.
    Parabéns pelo texto você foi diplomático, isento e muito cortês em todos os assuntos abordados, que foram cuidadosamente escrito de forma a não ferir susceptibilidades. Foste muito gentil.
    Gratidão.

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