DECRETO DAS ARMAS E O PARADIGMA DA COMUNICAÇÃO

Na última terça-feira, dia 07, o presidente Bolsonaro lançou uma bomba sobre as forças “progressistas” da nação. O decreto sobre a posse e porte de armas é cumprimento de uma promessa de campanha que todo o mainstream tinha certeza de que o governo jamais teria coragem de cumprir. Ao mesmo tempo em que contraria todo o beautiful people a medida bate de frente com o monopólio da indústria de armas nacional, oponentes que podem trazer problemas sérios ao governo, seja pela força econômica ou cultural. Contudo, a medida é um reforço positivo a tropa bolsonariana, que andava um pouco decepcionada com o andamento tímido das pautas mais viscerais da campanha eleitoral.

Desde o início do processo eleitoral todos os analistas políticos, comentaristas, apresentadores de TV e demais membros da nobreza midiática apostavam que as promessas do, então candidato, Jair Bolsonaro, não seriam compradas pelo eleitorado. Como poderia o povo comungar de um discurso diametralmente oposto ao deles? Seria a população capaz de negar o catecismo politicamente correto? Afinal de contas, a ladainha vem sendo despejada em doses cavalares por todos os canais de comunicação da grande mídia.  O que nenhum gênio da comunicação pode prever é que o conservadorismo do povo Brasileiro continuava vivo e, apesar dos ataques constantes, esperava apenas uma faísca para voltar à vida.

As redes sociais foram a válvula de escape para a voz acorrentada de milhões de brasileiros, a possibilidade de falar, e ter relevância, sem a necessidade da amplificação dos meios tradicionais de comunicação de massa, fez nascer uma nova geração de comunicadores, que estão se lixando para os grandes veículos de comunicação. Com câmeras de celulares apoiadas em caixas de sapatos os novos comunicadores falavam a língua do povo, entendiam os dilemas reais e menosprezavam todo o discurso pasteurizado e estéril da indústria jornalística e cultural. O Brasil, país de população predominantemente cristã, não tinha em seus meios de comunicação sequer um canal de TV, revista ou jornal que tivesse um discurso mais tradicional. Pior ainda sua fé e seus valores eram, e ainda são, diariamente ofendidos por artistas, intelectuais, jornalistas e músicos que, em última análise, sempre se enxergaram como uma forma superior de indivíduo, imunes as estas “bobagens religiosas” e aos pensamentos retrógrados.

Mesmo sob uma forte crise de credibilidade, assinaturas de jornais consagrados em decadência, canais de TV com queda de audiência e lucro, revistas com tiragens cada vez menores, ninguém acreditava que o governo iria tão longe. Ao editar o decreto sobre a posse e porte de armas o presidente da república toca em uma das questões mais caras a toda a militância do beautiful people. O tema une socialistas, ambientalistas e veganos em um coro uníssono de pacifismo imbecil, favorecendo a ação dos marginais enquanto pretendem manter a população sem possibilidade de autodefesa, desarmada. Tenho certeza que o exército defensores de um “mundo melhor” levantará seus estandartes contra a medida, mesmo que não entendam nada sobre o assunto. Nunca é demais lembrar que grandes estrelas da defesa do desarmamento da população nunca saem de suas mansões sem uma tropa bem armada de seguranças particulares.

Mark Zuckerberg correndo com seguranças
Luciano Huck éescoltado na Rocinha

Um fato que analistas e jornalistas de maneira geral parecem se esquecer é que a eleição do presidente Bolsonaro não se deu em razão das propostas econômicas, que são vistas como as únicas pautas legitimas para a grande mídia. Ao contrário a força política do presidente se estabeleceu em razão das chamadas pautas ideológicas, ou seja: o combate à criminalidade, defesa da vida contra o aborto, impedir doutrinação nas escolas, enfrentamento à ideologia de gênero, endurecimento das leis penais, redução da maioridade penal entre outras.

O decreto sobre a posse de armas deu aos apoiadores do governo a certeza de que finalmente seus anseios serão atendidos e, não há duvidas, de que será um forte tônico para dar fôlego ao presidente. O decreto das armas é um alerta a tropa progressista e a mídia, é preciso entender que o fortalecimento das redes sociais e das mídias alternativas mudou a lógica da comunicação e caso a grande mídia não comece a falar a língua do povo, mesmo com todo o poder econômico, seu destino será o ostracismo.

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