Encontrados objetos e locais antigos que narram a perseguição dos cristãos no Japão

Na região japonesa de Taketa, muito considerada pela sua beleza natural, foram descobertas oito capelas católicas escavadas na pedra durante a perseguição desencadeada pelo Shogun, governador militar do império, informou a agência Zenit.

Situada no centro da prefeitura de Oita Kyushu, Taketa também é conhecida como a pequena Kyoto e está rodeada por montanhas e pelo rio Ono.

Lá estão as águas termais mais conhecidas do império do sol nascente.

Mas a região é também onde a graça do batismo foi vertida com maior abundância. Quando os missionários chegaram à localidade, ela se converteu e foi um dos centros com maior presença católica do Japão.

Um nobre samurai, batizado por São Francisco Xavier em Oita, foi para Taketa. Ali, muitos grandes proprietários de terra foram conquistados pelo exemplo do nobre guerreiro e foram professando a Fé católica.

O primeiro grupo contava 200 fiéis, mas não demorou para que em Taketa que tinha uma população de 40.000 habitantes, mais de 30.000 adotassem o catolicismo.

A grande cidade vizinha, Nagasaki, também passou a ser maioritariamente católica.

Tudo mudou com a perseguição religiosa pagã, instigada secretamente pelos protestantes holandeses que também tinham chegado ao país.

Temendo a morte, inúmeros apostataram, mas muitos outros – calcula-se que a metade – passaram a praticar o catolicismo na clandestinidade, inclusive desprovidos de sacerdotes que pudessem lhes administrar os Sacramentos ou celebrar a Missa.

Os católicos perseguidos construíram esconderijos nas florestas que rodeiam a cidade a fim de praticar suas devoções, ensinar o catecismo e professar sua fé.

Não podendo ter igrejas, eles escavaram as pedras dos morros, abrindo pequenos locais de culto para se reunirem e rezar.

Localizadas por Goto Atsusi, cujos antepassados foram “católicos ocultos”, oito dessas comovedoras capelas esculpidas na rocha podem agora ser visitadas.

Acredita-se que exista pelo menos uma centena delas nas rochas vulcânicas de Taketa. Estas rochas são muito resistentes e após quatro séculos podem ser visitadas.

Nessas capelas “catacumbais” católicos japoneses cheios de fé perseveraram durante séculos, aguardando a vinda de missionários genuinamente católicos.

A descoberta

Há três anos, o secretário para a herança cultural de Taketa leu num texto novelesco uma referência a essas capelas.

Na pintura acima pode-se ver um Samurai com terço no pescoço.

Porém, ele intuiu que havia verdade no relato e saiu a procura das capelas dos “católicos escondidos” e achou oito delas.

O sacerdote jesuíta Cristian Martini Grimaldi foi até Taketa.

Ele havia décadas era missionário no Japão e foi recebido pelo prefeito Katsuji Syuto.

O prefeito o levou até uma casa onde se praticava o catolicismo “catacumbal”.

O missionário descreveu sua viagem no “L’Osservatore Romano” (9/1/2014).

A descoberta trouxe à tona os trabalhos arqueológicos que pesquisam a resistência católica de Shimabara.

Entre 1637 e 1638, os católicos perseguidos se concentraram na fortaleza de Hara, sendo sitiados por poderosos exércitos pagãos.

Livros descrevem que, em momentos de desespero, os camponeses se apoiavam na fé, levantando cruzes e bandeiras brancas.

Cruz de bronze desenterrada em Shimabara.

Para adquirir coragem, rezavam e gritavam os nomes de Jesus Cristo e da Virgem Maria.

Em uma escavação arqueológica na fortaleza, iniciada em 1992 com o patrocínio da prefeitura de Nagasaki, foram encontrados imagens de bronze de Jesus, Maria e São Francisco Xavier, além de cruzes e rosários.

Espada de samurai com a Cruz gravada

Muitos desses objetos de piedade, assim como armas, estão expostos num museu especial dentro do atual castelo de Shimabara.

Podem-se ver espadas de samurai (cavaleiros e guerreiros nobres) com a Cruz gravada nelas, vasos com cruzes, peculiares imagens que num primeiro relance parecem ídolos pagãos, porém bem observadas são imagens católicas assim feitas para distrair os perseguidores.

continua no próximo post.

Fonte: Ciência Confirma Igreja.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.