Inteligência da polícia prende cinco ativistas antes de manifestação

A Polícia Civil do Distrito Federal está fechando o cerco contra os manifestantes que radicalizaram nos três protestos ocorridos em Brasília na semana passada e ainda estão foragidos. VEJA BRASÍLIA teve acesso com exclusividade a um relatório de inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal em que são identificados pelo nome vinte pessoas de quatro grupos de punks, skinheads e até uma facção da torcida organizada do Brasiliense Futebol Clube que promoveram quebra-quebra enquanto protestavam pelas ruas da cidade.

O mesmo grupo de policiais, comandado pelo diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Xavier, conseguiu prender em suas casas cinco vândalos vestidos e armados para depredar o patrimônio público. Eles portavam bombas caseiras e coquetel molotov para atirar contra policiais. Estrategicamente, as prisões ocorreram na hora do jogo do Brasil contra o Uruguai, na quarta (26). “Sabíamos que eles estariam em casa durante o jogo e que em seguida eles sairiam para as ruas”, disse Xavier.

Parte dos manifestantes detidos, com medo de complicações com processo judicial, resolveu colaborar com a polícia e hoje eles ajudam nas investigações.
Segundo o relatório, os policiais foram até quinze endereços no Plano Piloto, Recanto das Emas, Ceilândia e São Sebastião, resultando em mais de vinte detenções, incluindo dois menores de idade e dois membros da banda Antifarda – Douglas Souza (vocalista) e Pedro Cardoso (guitarrista). Os demais pertencem a grupos denominados Anarco Punks e Street Punks.

Até agora, em Brasília, a polícia prendeu e autuou em flagrante setenta pessoas acusadas de praticar vandalismo nas manifestações desde o jogo do Brasil contra o Japão no Estádio Nacional, no sábado (15), quando houve a primeira manifestação radical na cidade. Já as gangues que saíram de casa prontas para radicalizar foram presas em suas casas e na última manifestação.

Policiais detém o manifestante George

Segundo o coronel da Polícia Militar, Adilson Antonio Evangelista, chefe de Estado-Maior, os policiais que acompanham as manifestações e realizaram as prisões já sabiam exatamente quem deveria que ser capturado. Por isso, segundo diz, houve um empenho maior dos PMs em perseguir manifestantes em Brasília, mesmo depois que a população já havia deixado a Esplanada dos Ministérios, na quarta (26).

No relatório da Polícia Civil, constam a foto, o endereço e o perfil dos manifestantes radicais nas redes sociais mais acessadas. Um deles, em contato com VEJA BRASÍLIA, assumiu ter saído de casa pronto para barbarizar. “Eu mesmo quebrei o vidro de um ministério e do Banco Central. Se não fosse por esses atos mais violentos, não teríamos conseguido fazer com que a presidente Dilma fosse à televisão se pronunciar”, ressalta George Santos, de 28 anos.

Os radicais não estão sozinhos. Defensores públicos e advogados simpatizantes estão dando assistência jurídica aos manifestantes que são presos e serão processados. Segundo Xavier, os manifestantes que saem de casa organizados serão indiciados por formação e quadrilha e dano ao patrimônio público. “Não queremos coibir as manifestações. Pelo contrário, pois os manifestantes pacíficos não apoiam a ação desses radicais”, destaca.

Fonte: Revista Veja.

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