Morre Tom Clancy

O mês de outubro não começou muito bem para os fãs de histórias de espionagem, operações militares e Guerra Fria. No primeiro dia deste mês, em Baltimore, no Hospital Johns Hopkins, faleceu Tom Clancy, um dos maiores escritores de thrillers militares e de espionagem de todos os tempos. Seus livros conquistaram o mundo por seu ritmo hipnótico, seus enredos bem construídos, seus personagens marcantes e pelo profundo conhecimento que Clancy possuía tanto do universo da inteligência militar quanto dos arranjos geopolíticos que serviram de pano de fundo para suas histórias.

Thomas Leo Clancy Jr. nasceu em 12 de abril de 1947 em Baltimore, no estado de Maryland. Católico de berço, estudou na Loyola Blakefield e graduou-se na Loyola University – ambas as instituições são geridas pela Sociedade de Jesus – em Inglês no ano de 1969. Apesar do profundo conhecimento do universo militar, Clancy não serviu as forças armadas. Iniciando seu próprio negócio no ramo de corretagem de seguros, teve muitos militares de alta patente e de forças especiais dentre seus clientes, e foi durante essa convivência que Clancy pôde conhecer a fundo a inteligência militar.

Em 1984, publicou seu primeiro livro, “Caçada ao Outubro Vermelho”. Nos primeiros dois anos, o livro vendeu mais de 2 milhões de cópias, ocupando por semanas as primeiras posições em diversas listas de best-sellers. O livro virou filme em 1990, contando com atores do gabarito de Sean Connery, James Earl Jones e Harrison Ford. Diversos outros livros de Tom Clancy também viraram filme – “Jogos Patrióticos” (1992), “Perigo Real e Imediato” (1994) e “A Soma de Todos os Medos” (2004) –, e outros se transformaram em séries de jogo de muito sucesso, como Splinter Cell, Ghost Recon e Rainbow Six.

A argúcia com que Clancy delineava cenários geopolíticos e ações militares em suas obras se tornaram referência para toda uma geração de aficionados por militaria e estudiosos de história e geopolítica – dentre os mais ilustres, pode-se destacar Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos. À época dos atentados de 11 de setembro de 2001, foi bastante procurado pelos meios de comunicação americanos por ser considerado um especialista na área militar. Além de seu conhecimento, era também um homem reconhecido publicamente por seu patriotismo, seu conservadorismo e sua defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos americanos no espírito dos Founding Fathers.

Tom Clancy era membro vitalício da National Rifle Association desde 1978, possuía doutorado honorário em ciências humanas pelo Rensselaer Polytechnic Institute, de Nova York, foi laureado com o Prêmio Alfred Thayer Mahan da Liga Naval dos Estados Unidos em reconhecimento por sua obra, e era membro honorário da Guarda Real da Torre de Londres.

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