O Exército Brasileiro pretende implementar a proteção de instalações, serviços, bens e sistemas que interrompidos total ou parcialmente, podem provocar sérios danos sociais, ambientais, econômicos, políticos e à própria segurança do Estado. Trata-se do PROTEGER que, segundo o Exército, foi pensado para atender as 664 Estruturas Estratégicas Terrestres do país, sendo 222 apenas no setor de energia.
Dos países dos BRICS, o Brasil é o único que ainda não conta com um projeto desta envergadura. No âmbito do PROTEGER, serão contempladas ações de defesa contra agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares.
O projeto será implementado ao longo de 12 anos e custará cerca de R$ 10 bilhões. Para o Exército, este aporte não se compara com os valores das estruturas protegidas.
Para assegurar a defesa e proteção destas infraestruturas, o Exército pretende ampliar a capacitação dos seus efetivos; contribuir com a coordenação interagencial; associar o treinamento de tropas a medidas preventivas; ampliar as capacidades para o Exército atuar no controle de danos e na assistência à população em situações de calamidade; cooperar para a preservação dos serviços essenciais dessas infraestruturas; prover apoio logístico e gerenciamento de crises.
Além disso, pretende-se fortalecer a capacidade de pronta resposta do Brasil na proteção das suas estruturas estratégicas terrestres.
Na avaliação da Força, o PROTEGER também fortalece a Base Industrial de Defesa, o fomento à geração de empregos, à capacitação de pessoal qualificado e à absorção de tecnologias sensíveis.
VANTS
Hidrelétricas, refinarias de petróleo, termoelétricas, usinas nucleares, portos, aeroportos, ferrovias, linhas de transmissão de energia e as telecomunicações, deverão contar com monitoramento e patrulhamento permanentes ou por meio de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTS).
Para tanto, serão realizados treinamentos de ocupação, resgate, controle de danos e nas ações de dissuasão das possíveis ameaças.
Análise da Notícia
A implantação de um sistema de proteção das infraestruturas críticas do país guarda relação direta com a atuação do país na cena internacional, suas ambições de crescimento e desenvolvimento e suas responsabilidades como líder regional emergente.
Historicamente, o Brasil negligenciou a proteção de suas infraestruturas minimizando as ameaças potenciais. Enraizou-se no senso comum dos brasileiros que somos um país de paz, sem inimigos, incapaz de sofrer quaisquer atos hostis. No entanto, país algum projeta-se internacionalmente sem mandar uma mensagem clara àqueles que torcem o nariz para a possível ampliação do clube.
O Brasil quer integrar o clube das grandes potências e, com o perdão da redundância, tem potencial para isso, mas sem a correta leitura a respeito do que se passa, terá poucas possibilidades de êxito.
Se não existe uma ameaça real de um atentado terrorista contra a binacional Itaipu, por exemplo, isso não diminui a importância de um diuturno monitoramento – algo que a empresa realiza por meio de um corpo de elite na área da inteligência – pois, como já vimos no passado recente, a mesma pode ser vítima de sabotagem, o que ocorreu há não muito tempo na hidrelétrica de Tucuruí (PA).
A responsabilidade de sediar grandes eventos que culminarão com as Olimpíadas de 2016, obrigou o Brasil a repensar muita coisa. Uma delas diz respeito a essas infraestruturas estratégicas terrestres.
A simples derrubada de uma linha de transmissão pode inviabilizar a indústria, comprometer serviços essenciais como os realizados por hospitais e impactar negativamente a economia nacional por algumas décadas.
Não há, portanto, margem para capitulações. O Brasil não investe na proteção de Itaipu ou de Furnas por conta da Copa do Mundo, mas em função do seu próprio futuro como Estado.
Fonte: Forte.
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