Pedido de concurso Polícia Civil MG enviado, confirma chefe da PC

Fonte – FOLHA DIRIGIDA

O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner Pinto de Souza, confirmou que o novo concurso PC MG já teve seu pedido enviado. Agora, a seleção está em análise pela Câmara de Orçamento e Finanças do Estado (Cofins).

O edital poderá contemplar carreiras administrativas e policiais, inclusive as que foram abertas também no concurso de 2018. De acordo com Wagner, o pedido enviado prevê oferta de vagas de:

  • delegado
  • escrivão
  • investigador
  • médico legista
  • perito
  • analista
  • técnico assistente

As informações foram transmitidas pelo chefe da Polícia Civil em audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Na reunião, a Comissão de Segurança Pública da ALMG debateu a não nomeação de excedentes e falta de concursos, apesar do déficit de pessoal.

Wagner Souza disse que está ciente das dificuldades financeiras do Estado e que acredita no empenho do governador Romeu Zema para resolver o problema.

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais debateu pela segunda semana consecutiva, a falta de policiais civis, e também de policiais militares e bombeiros militares, além de agentes do sistema socioeducativo, em todo o Estado.

Ao final da reunião, foi aprovado um requerimento pela convocação do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, major Mário Lúcio de Araújo. Ele foi convidado, mas não compareceu às audiências públicas que a comissão realizou sobre o assunto.

Para o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PTB), é preciso que o próprio titular da pasta esclareça algumas questões, sem a intermediação de representantes.

PM, Bombeiros e Sistema penitenciário também têm déficit

Assim como o chefe da Polícia Civil, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Rodrigo Souza Rodrigues, levou à audiência dados sobre a evasão e a entrada de policiais militares nos últimos anos.

As saídas por falecimento e aposentadorias superariam, em muito, as novas nomeações. De acordo com o comandante, seriam necessários 5.678 militares para suprir as perdas acumuladas de 2015 a 2020.

O comando da Polícia Militar também encaminhou ofício ao Executivo, solicitando a nomeação de 554 excedentes do último concurso realizado pela instituição, pedido igualmente em análise pela Cofins.

O chefe do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Edgar Estevo da Silva, também tem pedido de nomeação de excedentes sendo estudado. Segundo ele, pela Lei o efetivo dos bombeiros foi fixado em 7.999 servidores, mas atualmente esse número é de 5.529, o que representa um déficit de 30%.

Representantes de aprovados no último processo seletivo para o sistema prisional e socioeducativo também voltaram a reinvindicar nomeação de mais de 3 mil agentes que teriam sido selecionados e já treinados para o trabalho nas penitenciárias. 

Conforme requerimento assinado pelos deputados Sargento Rodrigues, João Leite, Gustavo Santana e Professor Cleiton, a Comissão de Segurança deverá se reunir nos próximos dias com membros da Cofins, para pedir que as análises sobre nomeações e concursos sejam concluídas e liberadas o mais rapidamente possível.

Próximo edital PC MG pode ofertar mais de mil vagas?

Segundo informações que circulam na internet, a previsão é que o próximo edital de concurso da Polícia Civil de Minas Gerais ofereça 1.514 vagas. Folha Dirigida procurou a instituição para confirmar, mas não houve resposta até a última atualização desta matéria. 

Vale lembrar que os estudos para abertura de um concurso público são realizados desde 2019. A princípio, contudo, não havia previsão de vagas para delegado, escrivão e investigador.

Essas foram carreiras contempladas no edital de 2018. Mas como ainda há déficit, a Comissão de Segurança da Assembleia pleiteia um novo edital e também a convocação de excedentes do edital anterior. 

Todas as carreiras da área policial exigem formação de nível superior. No caso de médico e perito os iniciais são R$8.874,60. Para escrivão e delegado os ganhos são de R$4.098,39 e R$11.475,57, respectivamente.

Já na área administrativa a carreira de analista exige graduação e, dependendo do nível, pode exigir também especialização em alguma área. O ganho inicial é de R$2.782,16.

Para as vagas de técnico pode ser exigido o nível médio completo ou curso técnico em áreas como Enfermagem, Radiologia e outras. O inicial é de R$1.530,18. Além dos vencimentos básicos, a PC-MG concede benefícios, cujos valores são variáveis.

Polícia Civil tem déficit de 41% e quer nomear excedentes

O chefe da Polícia Civil, Wagner Pinto de Souza, também confirmou aos deputados o déficit de efetivo de 41,8%, que estaria prejudicando o trabalho da corporação. 

As principais lacunas são no cargo de escrivão de polícia (49,2% de déficit) e de delegado (44,1%).  Mas ao todo, estavam faltando mais de 7 mil policiais civis, consideradas todas as carreiras.

Ainda de acordo com o chefe da PC MG, a Câmara de Orçamento e Finanças do Estado (Cofins) também estuda a nomeação dos excedentes do concurso realizado em 2018, sendo eles 65 delegados e 152 escrivães de polícia. 

Isso não seria suficiente para sanar o déficit de pessoal, mas daria um “respiro” até que se possa realizar o novo concurso, que levará, de acordo com a ALMG, entre 18 e 24 meses para ser concluído.

A audiência pública teve a participação de diversas entidades e sindicatos que representam os servidores da segurança pública e também os agentes socioeducativos. 

Houve relatos de delegados que estão responsáveis por três ou quatro delegacias ao mesmo tempo e de unidades que não tem um escrivão efetivo sequer, entre outras situações.

Últimos concursos foram em 2018 e 2013

Em 2018 a PC MG realizou concurso para escrivão e perito. Mas para as carreiras de perito, médico, analista e técnico, a última seleção foi realizada em 2013. 

O edital trouxe a oferta de 1.497 vagas. Das oportunidades, 121 eram de médico legista e 95 de perito criminal. Outras 415 eram para analista e 866 para técnicos. 

Sob organização da Fumarc, os candidatos foram avaliados por provas objetivas, de caráter eliminatório e classificatório. Eram 60 questões sobre Língua Portuguesa, Matemática, Noções de Criminalística, Noções de Medicina Legal, Noções de Contabilidade, Noções de Informática e Direitos Humanos, variando de acordo com o cargo.

As demais etapas compreendiam:

  • avaliação psicológica;
  • exames biomédicos e biofísicos;
  • investigação social; e
  • curso de formação policial.

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