Quando escolhemos ter um olhar menos complacente com o criminoso

Hoje no Brasil, temos um olhar pró-criminoso, temos um olhar de condescendência, onde achamos que ser marginal é resultado de vários fatores como baixa escolaridade, falta de oportunidade, policia violenta entre outras e nunca a fria escolha do marginal em fazer o mal, a simples escolha de não trabalhar e pronto assistimos a cenas como essa do vídeo entramos em um espiral que só acabará quando nos cansarmos de assistir o crescimento vertiginoso da violência.

Neste vídeo vemos o criminoso apontar um armamento para sua refém, para a população e até mesmo para a equipe de filmagem. Porque não é autorizado o uso de um atirador para cessar a agressão? Porque todos temem esse tipo de escolha? Porque vai sair mal na imprensa? E se o marginal realmente atirasse? Qual mal iria repercutir uma viatura cheia de pedaços de cérebro da vítima?

Todo profissional de segurança pública sabe que a negociação tem que ser tentada até o último instante, mas tudo tem limite, e nesse caso ele foi ultrapassado várias vezes. O risco de se perder uma vida tem que ser do infrator e não de uma vítima inocente. Uma vida de um inocente vale mais do que dezenas de infratores porque eles simplesmente estar ali com arma em punho e o inocente não.

Quando a postura mudar, quando a policia começar a fazer seu papel e o Estado respaldar essas escolhas informando à imprensa que aquilo tinha que ser feito por vários motivos, todos eles respaldados internacionalmente quem sabe todos parem de querer ensinar às corporações o que fazer. Somos uma das categorias profissionais aonde todos vem dar palpites, todos querem sabe tudo sobre o que fazemos e porque fazemos, todos querem questionar e isso ocorre porque damos espaço, porque nos sentimos embaraçados ao falar que o marginal morreu porque apontou uma arma para uma vítima e nós como braço armado do Estado temos o dever legal de proteger a nossa vida e a de terceiros.

Chega de levar coca-cola para marginais que fazem chacota com profissionais que estão ali para levar segurança para todos. Nossos comandantes tem que começar a agir com naturalidade quando autorizarem o uso de fogo letal há um marginal que com sua ação leva risco de vida há terceiros. Simples assim, e quando acabar a cena do crime responder a essa imprensa que sabe mais de segurança do que nós que foi feito o recomendado por cartilhas internacionais sobre cena de crime com reféns. Se não tem estômago para isso que saia de onde está e assuma um gabinete para assinar papéis.

Começando a policia a agir assim que sabe em algum tempo a população comece a rever seus conceitos e a aceitar a ação da policia. Se nós mesmo somos vacilantes em assinar embaixo quem dirá leigos no assunto. Um olhar mais complacente será dirigido às vítimas e não mais aos marginais.

João Augusto Pires da Rocha é Sargento da PMDF com mais de 15 anos de profissão. Foi um dos fundadores da ROTAM e trabalha atualmente no GTOP 21 da PMDF.

Publicado no site Caserna Papa Mike.

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