AS LAGRIMAS ESQUECIDAS DAS MÃES DOS POLICIAIS TOMBADOS EM SERVIÇO

Não existe um amor mais sincero, autêntico e altruísta do que o amor de uma mãe por seu filho, assim como não se pode descrever dor mais dilacerante do que sua morte prematura. Em qualquer circunstância que ocorra, a perda, é uma quebra da ordem natural da vida. Para uma mãe nessa condição espera-se solidariedade e respeito à memória do filho perdido, principalmente se a morte ocorreu em circunstâncias heroicas. Mas para aquelas que entregaram seus filhos as fileiras das forças policiais, não existe empatia. O pagamento do sacrifício supremo é, quase sempre, a indiferença e o desprezo.

Só no ano de 2021 cento e onze mães trocaram o abraço de seus filhos por uma bandeira nacional dobrada, pela continência melancólica do oficial que agradecia pelos serviços prestados à nação. O toque fúnebre da corneta e as salvas de tiros são a última homenagem ao guerreiro que honrou seu juramento. O número refere-se apenas policiais militares, mas foram mais 33 policiais civis, 3 policiais rodoviários federais e um policial federal, um total de 136 profissionais mortos enquanto executavam seus serviços. O que em qualquer país civilizado geraria uma comoção social profunda, no Brasil, quando muito, é digna apenas de notas esparsas e mal escritas. Ainda assim, muitas ignoram a relevância dos serviços prestados pelo policial tombado e iniciam conjecturas para emporcalhar a memória do herói.

Funeral de policial em Nova Iorque

Ninguém se importa com as famílias, nenhum repórter registra o sofrimento dos órfãos e as mães de nossos heróis são esquecidas. A dor da mãe terá como companhia a solidão, a ausência e o vazio. Nunca há consolo do reconhecimento público do sacerdócio policial, os telejornais não fazem um minuto de silêncio, os governos não decretam luto, os artistas não levantam hashtags nas redes sociais e o silêncio dos comentaristas é eloquente. Para o mainstream não há valor na vida dos policiais.

Neste dia das mães gostaria de homenagear e lembrar das milhares de mães do país que confiaram seus filhos à missão de proteger a sociedade, mas não os receberam de volta. Gostaria de conclamar a mídia independente, os influenciadores conservadores os jornais e sites independentes a quebrar o exílio dessas mulheres no esquecimento. Reconhecer a dor e o sacrifício, que não é apenas dos policiais mortos em serviço, mas de suas famílias, amigos e, principalmente, de suas mães.

Nunca lembradas por aqueles eram protegidos por seus filhos, estão no radar das facções que usam o vínculo sagrado entre mãe e filho para ações terroristas. Basta lembrarmos de 2006 quando o PCC ordenou uma série de atentados no dia 13 de maio, sábado, véspera do dia das mães. A ideia dos líderes da facção é que as mães passassem seu dia enterrando os filhos. No dia foram 69 atentados, 27 policiais e 1 civil foram mortos.

Honrar a memória dos policiais mortos em serviço é o melhor presente que podemos dar a essas mães. Ainda que nada possa aplacar a dor da ausência o reconhecimento de nossos heróis pode, ao menos, trazer a sensação de que o sacrifício não foi em vão. Lembrar dessas mães é mostrar que reconhecemos o legado anônimo, escrito com o sangue de cada policial que dedicou tudo à causa segurança pública.

POR: Luiz Fernando Ramos Aguiar (Major Aguiar)

2 Replies to “AS LAGRIMAS ESQUECIDAS DAS MÃES DOS POLICIAIS TOMBADOS EM SERVIÇO”

  1. Sou mãe de um policial militar e me sensibilizo com esse texto. Infelizmente vivemos num pais em que o policial é visto como bandido e o bandido vítima da sociedade. Quando morre um policial não há nenhum comentário na mídia, mas quando morre um bandido fazem o maior estardalhaço. Total inversão de valores Rogo a Deus que liberte esse pais e que proteja todos os policiais.

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