A TRAIÇÃO DA BAHIA CONTRA SEUS POLICIAIS MILITARES

POR: MAJOR AGUIAR

A perseguição aos policiais militares não para. Após as diversas ações na esfera política e das liberdades individuais ocorridas nos últimos meses em todo o país, como: impedir que policiais de folga participem de manifestações; ameaças de punição aos profissionais que manifestem suas opiniões; lei que impede policiais da ativa de se candidatem a cargos eletivos; e a diretriz da PM paulista que impede policiais militares de usar as redes sociais. O governo da Bahia superou todas as expectativas e deu um passo ainda mais autoritário, agora sobre os princípios da bioética. Através de uma ação insana impôs aos profissionais a obrigatoriedade de vacinação, sob pena de afastamento do exercício da profissão. Em recente decisão o governador petista de Rui Costa determinou o afastamento de 141 policiais militares de suas funções pelo “crime” de não terem comprovado a vacinação contra a COVID. Não dá para esquecer que a alguns meses quando alguém falava que a vacinação seria obrigatória imediatamente o comentário era taxado de “fakenews” ou teoria da conspiração.

Para o governo Baiano pouco importou o esforço e dedicação dos policiais militares durante os últimos dois anos no combate direto à criminalidade, mesmo durante a pandemia. Enquanto grande parte dos funcionários públicos, e até de muitas empresas privadas, estavam recolhidos em suas casas, fazendo home office, os policiais militares não desfrutaram desse luxo. Mesmo sem saber quais eram as verdadeiras implicações da nova doença, policiais em todo o país continuaram nas ruas, expostos. Muitas vezes trabalhando nas desastradas e ineficientes ações promovidas por governadores com a desculpa de combater a pandemia. Mas para o governador Rui Costa este compromisso não foi suficiente para que suas tropas militares tivessem garantidas, pelo menos, seus direitos mais básicos.

A pandemia parece ter provocado um efeito adverso, uma amnésia de políticos, jornalistas, magistrados e médicos relacionada tudo que se refere aos direitos e garantias fundamentais das pessoas. Os políticos, sedentos por exercer políticas autoritárias, impõe suas vontades e desejos com total desprezo a qualquer liberdade ou garantia individual. Claro, tudo para nosso bem. Jornalistas abandonaram completamente o censo crítico, a investigação dos fatos e abraçam com carinho lascivo toda decisão arbitrária, mesmo quando se trata de censura. Formaram um consórcio de discurso unificado e qualquer voz que não esteja alinhada é imediatamente calada, pelas infames agências de checagem. Os magistrados, principalmente nas altas esferas do poder judiciário, parecem mais preocupados em garantir seus ideais políticos do que fazer cumprir a constituição. Graças a Deus ainda existe uma resistência de juízes comprometidos com as leis, pelo menos nas instâncias inferiores. Grande parcela dos médicos, acovardados pela pressão política e midiática, abandonaram seus juramentos abrindo mão dos princípios bioéticos que deveriam garantir os direitos de seus pacientes. Confira o que prescreve o Código de Ética Médica no capítulo V, artigo 32:

É vedado ao médico: Artigo 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.

Mas o que está acontecendo na Bahia é ainda mais grave, o governo está violando um princípio de bioética básico, o direito de autonomia do paciente. Por este princípio, fora em situação de risco de morte, cabe ao paciente decidir sobre as práticas diagnósticas e terapêuticas a que quer se submeter. É a capacidade de um indivíduo gerir a sua vida, valendo-se de seus próprios meios, vontades e princípios. Só não prevalece quando não há risco de morte, se houver incapacidade do paciente em decidir pela própria vontade, seja por não ter a compreensão correta do problema, por não poder avaliá-lo adequadamente ou por não puder decidir. Não me parece que os policiais baianos estejam sob eminente risco de morte. Aliás, ao que consta, as vacinas sequer podem deter a infecção pelo vírus. Mas ainda que este fosse o caso o princípio da autonomia não pode ser negligenciado.

A traição do governo da Bahia a seus policiais não pode ser ignorada, é um alerta de como as forças da esquerda (socialistas e comunistas) trabalham com total desprezo por qualquer direito ou princípio. Dominados pela mentalidade revolucionária qualquer violação é justificada, qualquer ação que signifique o avanço de suas pautas deve ser encarado como inevitável e justificado, mesmo que signifique o massacre covarde e traiçoeiro de profissionais que dedicam suas vidas a proteção das pessoas. Na verdade eles desprezam o compromisso que os policiais tem com a justiça, com o direito ou com a vida. Acabar com a vida de 141 policiais militares nada mais é que um pequeno desconforto, pela glória da “justiça social”, no final eles serão absolvidos pelo tribunal da história, ou pelo menos é nisso que acreditam.

Se a sociedade não se organizar para deter essa onda de autoritarismo e desrespeito as leis e as liberdades este tipo de ação irá se alastrar pelo país. As polícias militares são um alvo prioritário devido ao seu caráter essencialmente conservador e pelo crescimento de sua força junto a população. Transformar as forças policiais em milícias, a serviço do autoritarismo de governadores, é fundamental para os planos da esquerda e reduzir os policiais a cidadãos de segunda classe é a estratégia central.