CASO DOM PHILLIPS E BRUNO PEREIRA, HIPOCRISIA DA POLÍTICA RASTEIRA

O chocante crime cometido contra o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira deveria ter sido o estopim para reacender uma discussão séria sobre os problemas relacionados à ocupação e à exploração dos recursos da Amazônia. Mas a miopia generalizada da imprensa “profissional” e a necessidade compulsiva em criticar o governo, transformaram o crime em mais uma desculpa para a política partidária rasteira, um catalisador para a crise institucional. Os mesmos atores que alegavam ser completamente natural que o atentado à vida do presidente tivesse sido cometido por um lobo solitário, estão em crise de histeria com as conclusões da Polícia Federal de que não há nenhuma conspiração por trás dos assassinatos.

Uma das primeiras ações da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) foi  notificar o Supremo Tribunal Federal sobre o desaparecimento dos ativistas, sob alegação de que o governo federal não estava envidando todos os esforços para esclarecer o caso. Mesmo que a responsabilidade deste tipo de caso seja das forças estaduais e da Polícia Federal,  era mais importante transformar o caso em um escândalo midiático do que reunir informações que pudessem ajudar as forças de segurança. 

Mesmo que o judiciário não tenha, constitucionalmente, nenhuma atribuição na coordenação ou na iniciativa de operações policiais. O ministro Luís Roberto Barroso, imediatamente, determinou que o governo informasse em 5 dias, todas as ações e providências relativas ao caso, estabelecendo multa em caso de descumprimento da decisão. Claro, tudo celebrado pelos mais descerebrados jornalistas, comentaristas e especialistas. Nenhuma empatia pela dupla desaparecida, nenhuma investigação jornalística, apenas mais uma oportunidade de esgarçar a tênue linha tensionada que mantêm as instituições de pé.

Ministro Luís Roberto Barroso

A identificação do criminoso e a localização dos corpos também não foram motivos para o reconhecimento do empenho da força tarefa na elucidação do caso, ao contrário despertou a ira e a indignação de entidades e políticos. Principalmente porque não existe nenhum indício de uma facção de fascistas da extrema direita envolvida na barbárie, fato imperdoável para a extrema imprensa. De acordo com informações recentes  Amarildo Costa de Oliveira, o “Pelado”, seria o executor do crime sob a encomenda de um traficante de drogas peruano. O mafioso é conhecido como Colombiano, apesar da nacionalidade peruana, e as mortes de Dom e Bruno teriam sido contratadas em decorrência do trabalho que desempenhavam na região, denunciando crimes na Amazônia, na região de fronteira do Brasil com a Colômbia.

A loucura e a histeria da reação chegaram ao ápice do ridículo com a nomeação do ator Wagner Moura para uma comitiva do judiciário que acompanhou as buscas dos desaparecidos. Talvez o ministro Luiz Fux, presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, responsável pela nomeação, tenha confundido o artista e seu mais emblemático personagem na esperança de ter enviado o Capitão Nascimento para ajudar no esforço policial.

Wagner Moura para ajudar nas buscas de Dom Phillips e Bruno Pereira

A politização medíocre do caso ignora os problemas históricos da região: uma legislação ambiental que impede que os moradores locais possam desempenhar uma atividade econômica que garanta seu sustento; a demarcação exagerada e equivocada de reservas indígenas; e um ativismo ambiental que quer transformar a região em um zoológico humano, para que os turistas possam se deleitar com a observação da miséria dos ribeirinhos e índios. Além disso, a região faz fronteira com os principais produtores de cocaína do mundo, a fragilidade das fronteiras faz com que a região torne-se rota de escoamento da droga, colocando as forças armadas dos carteis presentes no cenário.

Esses fatores são as principais causas dos conflitos entre os povos, da exploração econômica das populações e dos crimes bárbaros que acontecem na região há décadas. Mas para a esquerda, mais importante que qualquer vida, é o avanço das pautas mesmo que impulsionadas pelos cadáveres de seus mais fiéis seguidores. 

POR: Luiz Fernando Ramos Aguiar (Major Aguiar)

3 Replies to “CASO DOM PHILLIPS E BRUNO PEREIRA, HIPOCRISIA DA POLÍTICA RASTEIRA”

  1. Falou tudo: “mídia sensacionalista” + “ingerência inconstitucional do STF” + “legislação ambiental que impede que os moradores locais possam desempenhar uma atividade econômica que garanta seu sustento; a demarcação exagerada e equivocada de reservas indígenas; e um ativismo ambiental que quer transformar a região em um zoológico humano, para que os turistas possam se deleitar com a observação da miséria dos ribeirinhos e índios” Pronto: taí tudo que o Brasil ainda precisa mudar.

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