POR: Luiz Fernando Ramos Aguiar (Major Aguiar)
Publicado em 1908, Ortodoxia de G. K. Chesterton é uma alternativa filosófica às construções heréticas que ele havia respondido em seu livro anterior, Hereges.
Apesar de ter sido escrito no início do século passado, a obra não poderia ser mais atual. Talvez o seu maior mérito,atualmente, seja mostrar ao leitor como estamos contaminados pelo pensamento modernista e materialista, mesmo que de forma inconsciente. Ou seja, é uma apologética fundamental para os cristãos contemporâneos, tanto quanto foi para os fiéis do início do século XX.
Todas as filosofias “sofisticadas”, “científicas” e arrogantes que abastecem os argumentos agnósticos, ou ateus, da beautiful people são demolidos com elegância e, principalmente, com bom humor. Um alívio inteligente aos rasteiros e grosseiros debates que sugam a inteligência daqueles que ousam defender seus ideais no ambiente de aridez intelectual das redes sociais.
Mesmo que falte ao leitor o reconhecimento das referências citadas pelo autor, isso não será um obstáculo para compreensão dos princípios e da linha de raciocínio exposta em Ortodoxia.
Caso você tenha sempre se perguntando o motivo de tanta exaltação de Chesterton nos meios conservadores, Ortodoxia é a oportunidade perfeita para entender o seu brilhantismo, manifesto sem pedantismo ou demonstrações valiosas de conhecimento.
Utilizando os argumentos dos principais detratores do cristianismo, Chesterton nos convence que, muitas vezes, não passam de caricaturas, afectações vaidosas de quem se recusa a reconhecer o óbvio, de que não há salvação (intelectual ou espiritual) fora dos dogmas fundamentais do pensamento cristão, a ortodoxia.
