CASO GABRIEL LUIZ, SEM EMPATIA MÍDIA USA TRAGÉDIA PARA INTENSIFICAR NARRATIVAS LACRADORAS

Na última quinta-feira, dia 14, o jornalista da TV Globo Gabriel Luiz foi esfaqueado por dois marginais enquanto tentava chegar em casa. O caso seria mais um, dos milhares, ocorridos no cotidiano brasiliense não fosse por um detalhe, a vítima é era parte da elite do mainstream. Esperava-se uma comoção, uma união dos companheiros em indignação pelo crime, mas a verdade é que os sacerdotes da opinião pública acharam apenas mais uma brecha para emplacar as narrativas politicamente corretas, ignorando o drama pessoal do jornalista e tragédia explícita do crime no país.

Como atualmente é preciso sempre dizer o óbvio, é claro que o ocorrido foi uma tragédia, inaceitável, e que estou profundamente feliz pelo fato de o jornalista estar em franca recuperação. Entretanto, o que assusta foi a reação da imprensa que, de forma irresponsável, imediatamente após o ocorrido começou a levantar suspeitas de que o profissional teria sofrido o atentado em razão de uma reportagem denunciando irregularidades em um clube de tiro de Brazlândia, na periferia de Brasília.

Mesmo com o colega de profissão a beira da morte a comoção não foi por sua recuperação, ou pela prisão dos autores. Os paladinos da virtude logo viram no caso uma oportunidade de amplificar sua agenda ideológica, utilizando como catalizador do discurso a vitimização do repórter. As hostes mais ferozes, das legiões dos principados digitais no twitter, iniciaram a profanação da verdade incitando sua audiência ao discurso desarmamentista. Ainda que o repórter tenha sido atingido por golpes de faca, a culpa só poderia ser dos malvados integrantes do clube de tiro. Só faltou dizer que os criminosos usaram facas para disfarçar a autoria do crime.

Mesmo que o jornalista tivesse um histórico de matérias investigativas, algumas que conflitavam com os interesses de políticos do Distrito Federal, seus colegas de profissão só conseguiram enxergar um grupo que poderia desejar a morte de Gabriel, os atiradores. A cegueira ideológica devasta de maneira tão profunda as redações que, para uma parcela quase hegemônica da mídia, qualquer mau só pode ter uma origem, os conservadores. No esquema mental deles todos seriam defensores do direito dos cidadãos ao acesso às armas. Mas o pecado mais grave, armamentistas, caçadores, colecionadores e demais entusiastas do tiro, para o jornalista médio, são todos defensores do governo e, por este motivo, culpados de qualquer crime até que se prove o contrário.

Não passa pela cabeça desses “profissionais” que o discurso reiterado deles em defesa dos marginais, vítimas da sociedade. A defesa da impunidade pela propaganda escancarada das políticas de desencarceramento. O combate ferrenho a qualquer projeto que vise a punição de jovens criminosos e toda a conversa fiada do gênero, tenham formado o caldo de cultura para que tragédias, como a ocorrida com Gabriel Luiz, sejam a rotina na maior parte das cidades do país.

Nem mesmo a tragédia ocorrida com um companheiro de profissão foi suficiente para tirar as escamas dos olhos lacradores. O jornalista foi esfaqueado 10 vezes, não por que tenha realizado uma reportagem bombástica, foi apenas mais uma vítima da violência banal. Entrou na estatística, sofreu um crime bárbaro, apenas para que um menor “oprimido” pudesse conseguir um celular e alguns trocados.  Mas a realidade, a crueza das ruas, ainda que esteja à porta das elites chiques do maistream não é suficiente para libertá-los da escravidão mental. Presos em suas cadeias ideológicas, reféns da sinalização de falsas virtudes, continuarão a disseminar um discurso odioso, onde o cidadão de bem não tem direito de defender sua vida em nome de uma utopia vaga, inatingível e irreal.

Para desamparo geral dos lacradores politicamente corretos os marginais que atacaram Gabriel Luiz eram apenas marginais comuns. Eles não faziam parte das “milícias” conservadoras, não eram agentes bolsonaristas, nem parte do gabinete do ódio. Eram apenas jovens, com uma ficha criminal extensa, usuários de drogas e com disposição de conseguir o que queriam. Não haverá pedidos de desculpas, ninguém irá se retratar e o caso do Gabriel será esquecido em poucos dias. Afinal, ele é a prova viva que o discurso de vitimização dos criminosos não passa de uma falácia mortal.

POR: MAJOR AGUIAR

One Reply to “CASO GABRIEL LUIZ, SEM EMPATIA MÍDIA USA TRAGÉDIA PARA INTENSIFICAR NARRATIVAS LACRADORAS”

  1. E olha que o crime foi de faça, não tem nada de desarmamento, e outra coisa, a Globo é a favor do jovem roubar por um celular, apoiou a fala do Lula e foi contra a de Bolsonaro, e agora, vai mudar de ideia? Ou vai continuar dizendo que o menino de 17 anos, aquele bichinho vítima da sociedade tava certo?

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